PCP leva problemas sentidos na Universidade do Minho à Assembleia da República

O PCP realizou um encontro aberto a toda a comunidade académica da Universidade do Minho que contou com a presença de Manuel Loff, deputado à Assembleia da República. No encontro, no qual participaram sobretudo investigadores, bolseiros de investigação e estudantes, foram partilhadas perspetivas e experiências sobre a situação actual do ensino superior e em particular sobre a Universidade do Minho.

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No inicio da sessão, Manuel Loff recordou que, no país, há apenas 15 mil vagas para cerca de 175 mil estudantes deslocados, ou seja, para 9% dos mesmos. No caso da Universidade do Minho, estima-se que haja apenas 8% de estudantes deslocados alojados em residências públicas, apesar de 80% serem de fora dos concelhos de Braga e Guimarães e de 30% usufruírem de bolsa de estudo. Sobre esta matéria, o compromisso do Governo é de aumentar, até 2026, “apenas pouco mais do que 10.000 camas, o que é manifestamente limitado”.

A este propósito, “foi alertado para o facto de as residências públicas previstas construir em Braga e Guimarães continuarem no papel”.

No encontro foram, entre outras, partilhadas situações relacionadas com as “limitações da cobertura da ação social escolar, incluindo as condições de acesso às bolsas e o valor das mesmas, aos elevados custos de taxas e emolumentos que são cobrados, a precariedade laboral, passando pelo ataque à gestão democrática das instituições”.

Os participantes referiram, faz saber o PCP, que no Conselho Geral da Universidade do Minho os estudantes têm apenas quatro representantes enquanto que as entidades externas, incluindo grandes empresas, têm seis. Foi ainda dito que, nas residências públicas, “um bolseiro de investigação paga 232€ por mês por quarto, um valor próximo do custo de um quarto privado”.

Foram partilhadas situações de estudantes que, “à data de hoje, ainda aguardam resposta de pedidos de acesso a bolsas de estudo”. As “faltas de condições materiais” foram também referidas com exemplos dos laboratórios da Escola de Ciências “nos quais chove, mesmo em locais nos quais são utilizadas matérias potencialmente perigosas”.

Alguns estudantes de mestrado de via de ensino referiram “a grande revolta que estão a gerar as dúvidas sobre o compromisso do Ministério da Educação que assumiu retomar a prática de estágios remunerados para os finalistas de licenciaturas em Ensino Básico e de mestrados em ensino”.

Também a situação dos bolseiros de doutoramento, “que não têm contrato de trabalho e poucos direitos laborais”, foi também debatida. “Para o que interessa somos estudantes, para outras somos trabalhadores. É conforme der mais jeito à Universidade”, disseram os presentes.

Já os estudantes de enfermagem falaram das dificuldades “em fazer a parte prática do curso perto da Universidade, relatando casos de colegas que são deslocados para Terras de Bouro, por exemplo, ou até para outros distritos, com os custos que tal opção implica e sem qualquer apoio”.

Manuel Loff realçou “a situação de sub-financiamento em que funcionam as instituições de ensino superior e a prática negativa de procurar receitas próprias através de propinas e cobranças das mais diversas taxas, assim como a crescente mercantilização dos seus serviços”-

O deputado do PCP assumiu o compromisso de levar à Assembleia da República os problemas que tomou conhecimento neste encontro.

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