POSSIBILIDADE DE VENDA DE TERRENOS DA ACADEMIA PROVOCA ESTRANHEZA
A hipótese de vender os terrenos da Academia foi proposta por Júlio Mendes, numa conferência de imprensa.
Sócio da Unidade e accionista, na altura, garante ter ficado decidido em Assembleia Geral de Associados que os terrenos apenas poderiam ser utilizados pelo clube e que, em caso de o Vitória se extinguir enquanto instituição ou deixar de representar a cidade, deveriam ser cedidos à Santa Casa.
A não existência de uma cláusula que impeça o uso dos terrenos onde atualmente funciona a Academia do Vitória para outros fins, que deveria estar patente na escritura assinada entre a Unidade e o clube, provocou estranheza.
Manuel Miranda, na altura associado da Unidade – Sociedade de empreendimentos de Guimarães e accionista, marcou presença na assembleia geral de associados que votou a cedência dos terrenos e garantiu ter ficado ali definido que os mesmos apenas poderiam ser utilizados pelo Vitória.
“Os terrenos vão ser cedidos ao Vitória a um preço simbólico e serão sempre seu património de garantia, enquanto o Vitória existir como instituição e representando a cidade de Guimarães como acontece actualmente. Nunca poderão ser negociados seja a que pretexto for. Se um dia o Vitória deixar de existir ou se extinguir como instituição e deixar de representar a cidade, estes terrenos reverterão a favor da Santa Casa da Misericórdia de Guimarães”, afirmou Manuel Miranda ao Mais Guimarães, garantindo ter sido esta a ideia a ficar definida na assembleia.
Ainda assim, Manuel Miranda nunca esteve na posse de qualquer ata realizada nessa altura, que deixe esses factos explícitos por escrito.
Belmiro Jordão, o único elemento ainda vivo da Unidade que esteve presente na reunião com o Vitória, manifestou-se igualmente surpreendido por não ter recebido qualquer contacto por parte do clube.
“Houve um protocolo de acordo com o Vitória. Mesmo que seja legal o que eles querem, havia sempre a obrigação de terem uma conversa com quem lhes cedeu os terrenos. Quem fez a proposta de cedência fui eu mesmo, fui eu que assinei o protocolo, eu e o engenheiro Pinto Silva. Acho que, estando eu vivo, devia haver respeito e terem vindo falar comigo sobre o assunto”, explicou Belmiro Jordão.
Belmiro Jordão deixou claro que o propósito na altura da cedência era o de servir o clube. “Eu ofereci da minha parte, e da parte dos outros, milhões de euros. Não terem uma atitude de respeito e de agradecimento por quem lhe fez isso, não me parece bem. Todos prescindimos de valores a que tínhamos direito se não fizéssemos isso. E depois vem o clube aproveitar-se de uma doação de milhões de euros e tira proveito próprio sem dar conhecimento aos outros?”, deixou Belmiro Jordão no ar.
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