O PSD Guimarães realizou esta manhã de terça-feira, 30 de outubro, uma conferência de imprensa para fazer o balanço deste primeiro ano de mandato autárquico. Bruno Fernandes, líder do partido social democrata vimaranense, apelou à comunidade para que não deixem que o “bairrismo” os impeça de ver as fragilidades da cidade-berço. A oposição referiu também que esta autarquia está numa fase de “ante-projetos”.

“Um ano de mandato volvido, cinco anos de presidente da Câmara, doze anos de vereador e 29 anos de gestão socialista, verificamos que há problemas estruturais que continuam por resolver”, começou por referir Bruno Fernandes, acrescentando que não o diz com “satisfação”. Para o PSD Guimarães, há questões que a Câmara Municipal ainda não conseguiu resolver, apesar de estes problemas permanecerem na cidade “há anos”. Acessibilidade, transportes, desemprego e despoluição do rio Ave foram os temas abordados nesta conferência de imprensa.

Para os sociais democratas, o que falta à autarquia vimaranense é “visão estratégica”. “Temos uma Câmara Municipal dos anúncios e uma liderança que ainda não percebeu que a campanha eleitoral já terminou”, aponto o líder do PSD Guimarães. “Aquilo que fica muito claro, deste ano de mandato, é que o senhor presidente da Câmara em vez de anunciar que está o problema resolvido e daqui a três meses começa a obra, vai de problema em problema, apresentando um suposto ante-projeto”, apontou, exemplificando com o projeto do Pavilhão Multifuncional de S. Martinho de Sande, em que “nem o seu arquitecto sabia muito bem o que estava a apresentar”. O líder do PSD Guimarães prosseguiu com o caso do projeto do Parque Industrial de Selho S. Lourenço e Pencelo: “chamou-se os empresários da zona, apresentou-se uma ideia e diz-se que se vai lançar o concurso para o projeto, até junho de 2019. Uma Câmara dos tempos modernos não é isto que faz, não queria aqui a sensação de que vai resolver, apresentando algo sem estar fundamentado. Não há nada que nos garante que estes problemas sejam resolvidos no seu imediato, e são problemas que não são de agora” apontou.

Em relação aos transportes e ao desemprego, o PSD compara Guimarães aos municípios vizinhos. “29 anos depois e cinco anos após ser eleito, o executivo socialista e o seu presidente continua sem resolver o problema dos transportes públicos no concelho. Anunciou-se mais um plano estratégico, enquanto outros concelhos modernizam as frotas dos transportes urbanos e investem em novas linhas, levando a rede pública a todo o concelho e com horários que incentivam o seu uso. O desemprego em Guimarães subiu muito acima da média dos concelhos vizinhos. Mais, há concelhos da nossa dimensão onde o desemprego diminuiu, como é exemplo a Maia. Porquê? Porque os concelhos que querem ser competitivos na atração de investimento, prepararam-se para o pós-crise económica e dotaram o seu território de respostas concretas”, explicou Bruno Fernandes.

Quanto ao ambiente, os sociais democratas falaram no rio Ave. “Um concelho que quer ser Capital Verde Europeia não pode começar a casa pelo telhado, tentando conquistar um título sem resolver problemas de base como a despoluição dos seus rios. Mais um plano anunciado para preencher títulos de jornais e medidas concretas para acabar com as descargas, essas não as conhecemos”, ouviu-se na conferência.

Sobre a conclusão final deste balanço do primeiro ano de mandato da autarquia socialista, Bruno Fernandes referiu que “esta é uma gestão de chico esperto que não faz bem a Guimarães”.”Há coisas que não estão bem, e temos que exigir que a Câmara, que um orçamento de mais de 100 milhões de euros, as resolva”, disse o social democrata. O que impede a autarquia de arranjar soluções? “Falta de visão estratégica”, garantiu.

No que diz respeito ao balanço do ano como oposição, Bruno Fernandes afirmou ser positivo, pois o PSD está “ativo e interventivo”.