“QUE CONSIGAMOS DIGNIFICAR O NOME DESTA INSTITUIÇÃO”

Rui Leite voltou à presidência da CERCIGUI, depois de vencer as eleições na passada quarta-feira, dia 26 de junho. O vimaranense de 39 anos, que reuniu 263 votos, de um universo eleitoral de 462 cooperantes, falou ao Mais Guimarães sobre esta instituição, na qual está há 15 anos, e que já considera a sua casa. O objetivo deste novo mandato será dar continuidade ao projeto que tinha anteriormente e querer sempre mais pelos 450 utentes que a CERCIGUI tem atualmente.

Como foi o momento em que soube que venceu as eleições e com uma grande maioria dos votos?

É sempre um momento feliz. Acho que quem entra em eleições, pensa sempre em ganhar. Mas acho que acima de tudo, nós conseguimos passar a mensagem aos sócios, aos pais, a todos os colaboradores do projeto que tínhamos para a instituição. Uma palavra de apreço para a lista que não venceu. É também importante na democracia saber ganhar e saber perder. Quero também dar os parabéns à outra equipa, apesar de não terem vencido. Para nós, esta vitória foi muito importante pela confiança que as pessoas nos deram. Pela forma que fomos abordando as pessoas, mostrando o nosso projeto e a explicar o que pretendíamos e continuamos a pretender para a CERCI, posso dizer que tivemos uma grande aceitação. As pessoas reconhecem o trabalho que foi feito até à data, conhecem o que a CERCI evoluiu, o que a CERCI cresceu, o que a CERCI dinamizou. Isso dá-nos uma responsabilidade ainda maior. Não sou político, nem tenho intenções de o ser. Por isso, custa-me um bocado andar na casa das pessoas a fazer promessas ou a explicar o que pretendíamos. Mas conseguimos passar a mensagem, conseguimos explicar o que pretendemos para o futuro da CERCI e esta vitória foi importante. Esse peso de responsabilidade vai ficar muito maior em cima das nossas costas, porque esta é uma lista mudada, é uma equipa nova, com pessoas novas. Pessoas estas que podem dar muito à instituição e com algumas pessoas que já vinham da lista anterior. Por isso, é uma continuidade de um projeto que do nosso ponto de vista não estava terminado e que pretendemos terminá-lo da melhor forma, e que consigamos sobretudo dignificar o nome desta instituição.

Qual é o próximo passo? Que mudanças podem ser já feitas na CERCIGUI?

O grande passo é, com as pessoas novas que vão entrar, analisar o que é que cada um vai poder dar a mais à instituição. Ainda não tomamos posse, mas temos reunido. Após as eleições, tive várias reuniões com a equipa, de forma a que comecemos logo a trabalhar mal entremos. Logicamente, o projeto que foi feito anteriormente está incompleto e precisamos de completá-lo, ou seja, mudar algumas coisas para melhor. Não sou utópico e digo que está tudo bem, porque não. Há coisas que precisamos de melhorar. Este trabalho que fizemos com os pais, em que fomos às casas dos pais, dos colaboradores não foi apenas para mostrar o nosso projeto. Foi também ouvir da boca deles o que está bem e o que não está, perceber o que acham que devemos melhorar. Explicámos porque é que em determinadas alturas fizemos uma coisa e não outra. Não há dúvidas que a nossa frota automóvel tem que ser melhorada e neste ou no próximo ano temos que mudar. Há claro outros aspetos, mas principalmente, o importante é continuar com a satisfação dos nossos clientes, vê-los todos os dias aqui com um sorriso nos lábios, contentes por virem para a CERCI. Era muito gratificante para mim quando ia à casa dos pais e estava lá os filhos, que vinham ter comigo abraçar-me, beijar-me e isso para mim é sinal que as pessoas se sentem bem connosco e com a instituição.

O Rui demitiu-se depois de cinco anos à frente da instituição. Na altura, disse que estava relacionado com os valores que estavam a pairar na CERCI. Voltou a candidatar-se e venceu. Espera não encontrar esses valores daqui para a frente?

Vou lutar por isso. Eu não vou mentir. Eu disse isto e a minha equipa sabe disto. Eu não tinha intenções de me candidatar. Assumi isso de me forma pública, mas pessoas foram-me “chateando a cabeça” para me candidatar. Há momentos na nossa vida em que temos de voltar atrás, principalmente, quando são pedidos feitos pelos miúdos, pelos pais que me ligaram e por uma equipa de trabalho que nunca me abandonou e que mostrou sempre que estaria do meu lado, sem vacilar este tempo todo. Eu tinha 39 anos e muito do que sou hoje devo-o a esta casa. Como toda a gente dizia – e eu concordo plenamente -, se devo muito a esta casa tenho que terminar o projeto que comecei. Não seria justo para comigo próprio, não seria justo para quem tanto me ajudou que não terminasse o projeto. Não quero ficar aqui eternamente, como é lógico. Não é a minha intenção. Aliás, quando entramos há cinco anos, uma das primeiras coisas que fizemos foi limitar o mandato, para que a mesma pessoa não ficasse eternamente na instituição. Mas preciso de continuar o projeto que começamos há cinco anos e depois será a vez de outras pessoas, com novas ideias, novas dinâmicas, novas mentalidades. Mas com tantas pessoas a pedir para me candidatar, não podia mesmo abandonar esta causa.

A CERCI é uma instituição muito especial para o Rui?

Costumo dizer que é a minha casa. Estou aqui há quase 15 anos. Sou muito feliz aqui! Esta casa fez-me ser o homem que sou hoje e devo muito a esta casa, a estes utentes, a estes colaboradores, a estes pais, que me ajudam todos os dias.

Algum projeto para a CERCI que possa ser já revelado?

Primeiramente, o que vamos fazer é apresentar a equipa, porque há muitas pessoas novas. Há projetos e iniciativas que já vinham de trás e foram paradas devido a este ato eleitoral e que vamos reatá-las. Também mediante as  reuniões que tivemos em equipa, posso dizer que há muita coisa nova para fazer. Não tenho dúvidas que a equipa que escolhi é uma equipa coesa, forte, unida, que luta em prol de objetivo que se chama CERCIGUI. Tenho a certeza que vamos sair vitoriosos no dia a dia. Acima de tudo, acima de qualquer lista, quem sairá a ganhar será a instituição.

Quantos utentes atualmente têm?

Nós aqui prestamos apoio a cerca de 450 utentes. Temos cerca de 100 colaboradores, o que já é uma máquina grande. O Rui, como presidente, acredita que os utentes e os colaboradores são felizes aqui? Sem dúvida. Na questão do ato eleitoral, muita gente perguntava-me das divisões e de outros problemas. O que disse antes do ato eleitoral e o que digo agora é que tenho profissionais fantásticos aqui dentro. A CERCI tem profissionais excelentes, que se conseguem abstrair dos problemas e conseguem dar o melhor de si em prol dos utentes. Por isso é que temos uma equipa fantástica, por isso é que temos atingido os objetivos que temos atingido. Porque isto não é só o Rui. O Rui sozinho não consegue fazer nada. Somos uma equipa de trabalho, de direção, de corpos sociais, de colaboradores, de pais, de mecenas, de padrinhos, da comunidade vimaranense. Deixo aqui também uma palavra de agradecimento a toda a comunidade vimaranense. Todos os projetos que nós fazemos ou que pretendemos realizar, os vimaranenses mostram-se sempre presentes e dizem sim a tudo o que fazemos. Isso é incrível! Desde o pirilampo, desde as caminhadas, dos bombos. Qualquer iniciativa que a CERCI tenha, Guimarães diz sempre sim.

O que espera para o futuro da CERCI? Que seja mais do que é hoje?

Nunca estamos satisfeitos e o que temos nunca é suficiente. Esta instituição, estes utentes merecem sempre mais. E merecem um crescimento contínuo. Merecem que nós consigamos dar todo o nosso tempo para eles, para os fazer felizes com atividades, com afeto, com carinho. Tem que haver uma grande parceria com os pais e associação de pais, porque isto é dos pais. Como trabalhador da instituição, chega a sexta-feira, vou para casa para os meus filhos, mas os pais é que ficam com os nossos utentes. Grande parte desta instituição é para os pais e é por isso que têm que ser intervenientes no dia a dia da instituição. Concluindo, nunca podemos estar totalmente satisfeitos com aquilo que conquistamos. Temos que querer sempre mais. Mais porque esta instituição merece cada vez mais e é para isso que
estamos aqui, para uma permanente evolução. Quando terminar o meu projeto, espero que quem venha a seguir a mim seja melhor do que eu, e assim sucessivamente.

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