SESSÃO INFORMATIVA SOBRE O PARQUE DE CAMÕES ENCHE SMS

“Mentira, os parques estão vazios, não há nenhum problema de estacionamento”, alguém disse. A assembleia aqui subiu claramente de tom, com as vozes a erguerem-se e as faces a crisparem-se.

O Salão Nobre da Sociedade Martins Sarmento foi pequeno para receber todas as pessoas que quiseram participar, na sessão se esclarecimento sobre o parque de estacionamento adjacente às ruas da Caldeiroa, Liberdade e Camões, na segunda-feira, dia 22.A sessão começou com a explicação do projeto pelo arquiteto Raul Roque. Este técnico explicou que aquilo que se consegue com esta intervenção é “tornar o quarteirão visitável sem fazer uma grande intervenção nos logradouros existentes”. O arquiteto salientou ainda a preservação dos tanques de curtimenta, que implicou a perda de 60 lugares de estacionamento relativamente ao projeto inicial, ficando o parque com um total de 440 lugares. “Pretende-se resolver um problema que existe, que é o estacionamento e devolver uma zona que está morta à cidade”, afirmou o arquiteto Raul Roque. O arquiteto disse ainda em defesa do projeto que este “devolve aos cidadãos um a série de caminhos e passagens que deixaram de ser usados” e que este é um projeto bem pensado do ponto de vista energético, já que, grande parte da ventilação é feita de forma natural.O arquiteto Filipe Fontes disse que esta é “reconhecidamente uma área a necessitar de intervenção, sabendo que o estacionamento não é a solução para todos os problemas, entendemos que a criação de estacionamento iria dinamizar o comércio”. Para Filipe Fontes este é “ mais do que um parque de estacionamento, uma vez que gera espaço público de qualidade”, referindo-se à cobertura verde e à recuperação dos caminhos de atravessamento. Para a arquiteta Alexandra Gesta esta é uma discussão extemporânea, “porque já se fala disto há muito tempo”.O presidente da Câmara Municipal, Domingos Bragança, lembrou que este projeto foi sufragado pelos vimaranenses no programa eleitoral do PS e, com isso, arrancou protestos da plateia.“Mentira, os parques estão vazios, não há nenhum problema de estacionamento”, alguém disse. A assembleia aqui subiu claramente de tom, com as vozes a erguerem-se e as faces a crisparem-se.O artistas plástico Max Fernandes, que tem o seu estúdio, juntamente com outros artistas, numa das fábricas a demolir afirmou que os representantes da Câmara estavam à partida em vantagem por se apresentarem num pedestal, ao que foi convidado pelo presidente a subir a estrado. Foi desse ponto que o artista expôs a sua posição. Começou por mostrar fotografias dos parques de estacionamento da cidade vazios, numa sexta-feira, dia de feira e afirmou, mostrando esquemas e fotografias aéreas, que a intervenção que se propõe é desproporcional face ao edificado existente, chamou a atenção para a perda de uma mancha verde e questionou o presidente sobre a possibilidade de agendar mais debates sobre este tema. Sobre os temas técnicos nenhum dos arquitetos, convidados pelo presidente se quis pronunciar, sobre a possibilidade de haver mais debates o presidente disse: “ só se eu sair hoje daqui convencido que o que a Câmara andou a fazer durante sete anos esteve tudo errado”.Na sua intervenção o arquiteto Ivo Oliveira evocou o projeto de mobilidade do engenheiro António Babo, de 2009, para lembrar que “esse projeto previa um sistema de parques no qual o parque da Caldeiroa teria 120 lugares, seria um parque de superfície e permeável”. Nesse sistema de parques o peso do estacionamento seria distribuído ao longo se um anel em volta do centro. Respondeu a esta intervenção de forma lacónica a arquiteta Alexandra Gesta dizendo que, “nós os técnicos damos pareceres o executivo decide”.O pároco de S. Sebastião, José Antunes, assume uma posição distinta. Para o responsável pelo Patronato, instituição que procede neste momento a obras de reabilitação no seu edifício, a necessidade deste parque de estacionamento é urgente.Proposta de adjudicação na próxima reunião de CâmaraA discussão prolongou-se por três horas, sem que se tenha encontrado um consenso. César Teixeira lançou o repto ao presidente para que suspenda o processo de construção, uma vez que, faltam apenas quatro meses para as eleições autárquicas. Domingos Bragança repetiu no final do debate que a proposta de adjudicação da obra será levada à próxima reunião de Câmara.

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