Soundcheck quer “revolucionar o presente e dançar na direção no futuro”

Um espetáculo que parte da história do rock para falar sobre a história do século XX e para falar sobre a necessidade da escuta e da utilização da escuta como arma de resistência sobe ao palco do Centro Internacional de Artes José de Guimarães (CIAJG) no próximo sábado, 12 de março, às 16h00 e às 19h00.

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Um espetáculo que parte da história do rock para falar sobre a história do século XX e para falar sobre a necessidade da escuta e da utilização da escuta como arma de resistência sobe ao palco do Centro Internacional de Artes José de Guimarães (CIAJG) no próximo sábado, 12 de março, às 16h00 e às 19h00.

© Paulo Pimenta

Soundcheck é “um concerto que nunca começa, um concerto que não se chega mesmo a concretizar enquanto concerto, porque, na verdade, é uma peça de teatro”. Esta é a mais recente criação do Teatro Didascália e, com dramaturgia, encenação e interpretação de Bruno Martins, representa a trajetória desde o início do rock, desde os anos 50 até à atualidade. “Foi uma sucessão de movimentos e de subculturas que se foram gerando de década para década”, contextualiza Bruno Martins explicando que a música ajudou a gerar esses movimentos.

Lembra que os movimentos “vieram do povo, dos jovens e da juventude, mas depois foram instrumentalizados pelo marketing e transformaram-se numa outra coisa para gerar ainda mais poder e para, de alguma forma, serem mais uma ferramenta do capitalismo”.

O espetáculo quer, assim, chamar a atenção para a ideia estar à escuta, “de ter uma análise crítica na ideia de escuta e trabalhar a escuta como uma possível ferramenta de resistência”, de forma a “não sermos atraiçoados por aquilo que achamos”. Uma ferramenta que Bruno Martins considera “uma arma”.

A peça começou a ser escrita em dezembro e é agora apresentada, pela primeira vez, em Guimarães. Antes da guerra estalar na Ucrânia já o texto estava escrito, mas, de repente, “parecia quase premonitório” algumas questões abordadas. “Quando escrevemos a parte relacionada com o pós-guerra, que é quando vem o rock, não sabíamos que estávamos na iminência de uma outra guerra na própria Europa”, conta o dramaturgo, encenador e intérprete. “Partimos do século passado, dos anos 50, mas chegamos ao século XXI, e aos anos 20 do século XXI, e há questões que são transversais”.

Soundchek reflete a história do rock e, por isso, de certa forma, as “fases da vida em que estamos mais livres para poder rasgar alguns horizontes”. “Há grandes movimentos que se geram numa fase da vida muito jovem e, à medida que o tempo avança, vão havendo outras preocupações”, frisa Bruno Martins destacando “estudos que demonstram que, a partir dos 30 anos, por exemplo, precisamos de alguma estabilidade”, sendo precisa alguma estabilidade “porque o horizonte é a morte e seria quase suicida estarmos sempre no risco e a dançar na corda bamba”.

Dar voz aos mais novos

Ainda antes de começar a ser escrito Soundcheck, decorreu, na escola Egas Moniz, uma oficina que deu a possibilidade de uma turma do 8.º ano subir a palco com Bruno Martins, Pedro (Peixe) Cardoso e Susie Filipe.

Realizaram uma pesquisa sobre o que é que os alunos ouviam e o que é que os próprios pais ouviam. “Auscultar aquilo que as diferentes gerações lá em casa ouviam e ouvem ainda” foi fundamental para a construção deste momento. O trabalho de escrita de uma música foi feito posteriormente, percebendo o que é que os alunos, “se tivessem a possibilidade de escrever uma música ou de cantar uma música com microfone, gostariam de dizer ao mundo”.

Rui Souza fez, então, um trabalho musical com os mais novos permitindo que eles dessem efetivamente voz àquilo que consideram “fundamental gritar ao microfone”.

A turma vai, assim, integrar o espetáculo de sábado, sendo “uma espécie de banda convidada que entra a meio”.

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