A retoma da atividade económica no terceiro trimestre de 2021, provocou uma “melhoria nos indicadores do mercado de trabalho” na zona norte, indica o “Norte Conjuntura”, um relatório que é elaborado trimestralmente e que pretende identificar “precocemente as tendências que marcam a evolução económica, a curto prazo”, da Região Norte no contexto nacional.

Segundo o relatório, a população empregada do Norte no 3.º trimestre de 2021 aumentou em 71,3 mil face ao período homólogo de 2020, e os trabalhadores por conta própria representam a maior fatia (49,4 mil) dos novos empregos criados.

Em termos percentuais, o número de trabalhadores por conta própria aumentou 22,1% no 3º trimestre de 2021 em relação ao período homólogo do ano transato, tendo sido o maior aumento desde o início de 2002.

Relativamente à taxa de desemprego, na Zona Norte, manteve-se praticamente idêntica, com uma variação de 6,3% para 6,2% entre o 2.º e 3.º trimestres de 2021, situando-se num valor muito próximo ao de Portugal (6,1%).

O número de desempregados há mais de um ano (desemprego de longa duração) do Norte aumentou para 56.100 indivíduos no 3º trimestre de 2021, refletindo um crescimento de 21,2% em relação ao período homólogo de 2020.

Desemprego jovem na zona norte sobe para os 23,8%

Já a taxa de desemprego jovem (entre os 16 e 24 anos) sofreu um aumento de 21,8% para 23,8% durante o mesmo período. Em sentido oposto, nos outros grupos etários registaram-se crescimentos homólogos, com destaque para o aumento de 11,5% no emprego dos indivíduos dos 55 aos 64 anos.

O desemprego registado diminuiu em todas as subregiões do Norte no 3º trimestre de 2021 face ao período homólogo do ano transato.

Na sub-região do Ave, as reduções mais significativas sucederam em Vizela (-19,8%), Viera do Minho (-17,0%) e Mondim de Basto (-16,0%). Nos principais municípios do ponto de vista económico e populacional, os decréscimos do desemprego registado também foram acentuados. Em Vila Nova de Famalicão diminuiu 15,1% e em Guimarães a redução foi de 15,0%.

Salário mensal líquido aumentou para os 958 euros

Segundo este relatório, o salário mensal líquido dos trabalhadores por conta de outrem do Norte aumentou para 958 euros no 3º trimestre de 2021, refletindo um crescimento de 4,7% face ao período homólogo de 2020.

Nas indústrias transformadoras, o valor aumentou para 851 euros no 3º trimestre de 2021, mais 6,2% do que no período homólogo e 2020. No setor dos serviços, o salário mensal líquido situou-se em 1005 euros, refletindo um crescimento de 5,2% face ao período homólogo do ano transato. No entanto, em comparação com o trimestre anterior, o valor desceu ligeiramente (-0,9%).

Dentro do setor dos serviços, os salários mais altos do Norte no 3º trimestre de 2021 continuavam a ser os das atividades financeiras e de seguros (1543 euros), atividades de informação e comunicação (1226 euros), educação (1194) e transporte e armazenagem (1126 euros).

Por seu turno, os mais reduzidos encontravam-se nos outros serviços, incluindo trabalho doméstico (513 euros), atividades artísticas, de espetáculo, desportivas e recreativas (754 euros), alojamento restauração e similares (769 euros) e setor primário (774 euros).

A crise pandémica e a nova fase de recuperação da economia aceleraram, acentuadamente, a procura de trabalho mais qualificado, diz também o relatório “Norte Conjuntura”. O número de pessoas empregadas com o ensino superior no Norte foi de 553.700 no 3º trimestre de 2021 (32,0% do emprego total). Há dois anos, antes da crise pandémica, a proporção era de 25,4% no 3º trimestre de 2019.