Vaudeville Rendez-Vous: Pensar, através do circo e das artes de rua, o estado do mundo

Festival Vaudeville Rendez-Vous decorre de 18 a 22 de julho.

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De 18 a 22 de julho, o Festival Internacional Vaudeville Rendez-Vous regressa às ruas do Quadrilátero Cultural – Barcelos, Braga, Guimarães e Vila Nova de Famalicão -, e vai apresentar uma estreia absoluta, quatro estreias nacionais e um total de 11 espetáculos.

© Vasco Carvalho / Mais Guimarães

A um passo da primeira década do evento, a nona edição apresenta uma “programação que pensa sobre o que foi o legado do festival nos últimos anos e espelha repertório construído”.

Bruno Martins, responsável pela programação artística juntamente com Cláudia Berkeley, explicou que um dos objetivos desta edição foi “pensar o que pode ser esta reescrita do trabalho e dos artistas” que acompanham”. Ao longo do processo de elaboração do festival, perceberam havia “uma série de artistas que têm feito esse exercício de reescrever as suas próprias obras” e isso estará claro ao longo destes cinco dias.

Do executivo municipal de Famalicão, Pedro Oliveira, vereador da Cultura, enalteceu o trabalho do Teatro Didascália, que “acrescenta valor” e faz um “trabalho meritório na formação de públicos”.

Paulo Lopes Silva, vereador com o pelouro da Cultura vimaranense, destacou a colaboração regional entre os quatro municípios: “juntos são o mais dinâmico polo do país”, disse acrescentando que é uma colaboração que deve continua a ser explorada. “São territórios que cada um, individualmente, tem uma forte dinamização cultural e têm tudo para fazer escola para que outros projetos sejam realizados no âmbito desta colaboração”.

Referiu ainda que este é um projeto que acrescenta algo àquilo que já são pilares de Guimarães: o apoio à criação e o levar a cultura para a rua no verão, “dando a conhecer o património, havendo uma dinamização da cidade e valorização do ponto de vista turístico”. Na sua opinião, “é importante que exista a vertente da criação num território com uma licenciatura em artes performativas”.

Maria Elisa Braga, vereadora de Barcelos, reiterou que o festival Vaudeville Rendez-Vous é uma iniciativa que envolve quatro municípios e marcante para toda a região”. Acreditando que “é de exaltar o papel do Quadrilátero Urbano”, disse que este é um dos “grandes motivos” para a sua existência.

Lançou ainda o desafio aos outros três municípios presentes de este ser apenas “um dos precursores de outros projetos que possam vir a ser realizados” e destacou o facto de a arte circense ter um papel “fundamental para a informação e formação de públicos”.

Para a vereadora Olga Pereira, do município de Braga, este festival é um “excelente exemplo de cooperação” e uma “oportunidade para favorecer a promoção turística”.

Revisitar de várias obras que são o culminar de processos de reflexão de vários artistas e companhias

Exemplo da reflexão feita por artistas e companhias é a estreia absoluta do espetáculo “Solos a 180º”, da companhia portuguesa Radar 360º, que tem como mote para esta sua nova criação a estrutura cenográfica de um espetáculo anterior.

Também “Smashed 2”, que traz malabarismo ao festival, é um remake do espetáculo que catapultou a companhia internacionalmente, tendo sido reescrito para um espaço público e para mulheres. “Truel destino”, apesar de ser uma obra recente, será aqui também apresentada como reescrita.

De Espanha chega “Runa”, uma criação da companhia Cia 104 de Amer Kabbani, que, entre ruínas de um mundo em chamas, surge em cena como testemunha de um necessário processo de reconstrução pessoal e coletiva. Um trabalho autobiográfico de um artista com origem síria que vive na Catalunha e que “espelha tensões de um cidadão que vive numa Europa aparentemente segura ou mais segura que o seu lugar de origem”.

“Grasshoppers”, da companhia belga Circus Katoen, é uma reprodução da resiliência e vulnerabilidade da natureza e do papel que nós, como humanos, desempenhamos nela. Também “Passages” se apresenta como uma metáfora, neste caso para as limitações invisíveis que ultrapassamos no dia a dia.

A técnica da suspensão capilar é trazida ao festival com o espetáculo “Ária”, que explora o ar. “Carmim” questiona o papel da mulher moderna na sociedade e é “quase como um grito para descobrirmos a mulher selvagem que habita dentro de nós”. Também haverá espaço como questionar “o lugar do eu e do outro”, com “Raíz”.

Ainda de Espanha, irá, também, marcar presença no Festival Manolo Alcántara, que irá dar a conhecer “Maña”, um espetáculo em que o conceito é o engenho e irá “carregar o coração na manga” desde o início. Já em “En attndant le grand soir”, acrobatas franceses querem transformar a plateia numa disco party e prometem desafiar a própria gravidade, revelando momentos de dança e acrobacias.

O Vaudeville Rendez-Vous não vive, contudo, apenas de espetáculos. Um dos destaques da programação da edição de 2023 passa pela dinamização de oficinas de criação – já recorrentes nas últimas edições da iniciativa – e por um programa paralelo pensado para artistas, estudantes e agentes culturais nacionais e internacionais. As oficinas de criação, agendadas para 18 e 19 de julho, em Barcelos e Braga, dão o mote de arranque ao festival.

A nona edição do Festival integra, ainda, uma masterclass guiada pela companhia francesa Le Doux Supplice, uma mesa-redonda sobre escrita e dramaturgia no circo e uma sessão de pitching para programadores e agentes artísticos.

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