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Roriz Mendes: “A Penha é uma descoberta permanente”

A caminhar para o fim da pandemia, também o "Farol de Guimarães" começa a ganhar vida.

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A caminhar para o fim da pandemia, também o “Farol de Guimarães” começa a ganhar vida. A retoma das atividades culturais, desportivas e religiosas na Penha tem atraído muitos visitantes, superando os números pré-pandemia. A semana da Páscoa não foi excepção.

Em entrevista ao Mais guimarães, Roriz Mendes, juíz da Irmandade da Penha, apresentou alguns dos projetos futuros.

© Direitos Reservados

Que balanço faz desta semana de Páscoa?

Nota-se, efetivamente, uma afluência de turistas fora do normal. Isto é, quando comparado com estes dois anos de pandemia. Mesmo em comparação com 2019, regista-se um aumento significativo. As pessoas estão ansiosas por sair de casa e Guimarães é um polo muito atrativo do turismo nacional. A Penha tem dado um grande contributo no que toca ao turismo religioso e da natureza, como farol da cidade. Não há turista que não durma em Guimarães, que a partir do casco histórico não veja o monumental santuário, bem iluminado como está. O próprio teleférico, que é um ícone nacional, faz com que o acesso à Penha seja fácil e seja uma viagem panorâmica e agradável. A própria divulgação nacional, com aquelas sete horas em direto, no segundo domingo de setembro, fez com que a Penha fosse divulgada não só nacional, como internacionalmente. Começamos agora a colher o proveito dessas mesmas realizações. Estiveram reunidas as condições para que a Penha iniciasse a época turística no seu melhor.

Que atividades estão a ser preparadas para essa época?

Ainda há poucas semanas tivemos a Rampa da Penha, um concerto de música religiosa, e há também outras atividades que serão desenroladas, além da parte religiosa. A Penha é também procurada para os desportos amigos da natureza. Temos um projeto de celebração de datas icónicas como por exemplo os 100 anos de comemoração da travessia do Atlântico Sul e o monumento aos Aviadores, que assinala 95 anos. Também o Santuário comemora os 75 anos desde a sua inauguração, uma obra de arquitetura ímpar de Marques da Silva. Estamos a preparar um conjunto de celebrações que a seu tempo vamos divulgar e que são razões para trazer à Penha e a Guimarães milhares de pessoas.

Relativamente à programação cultural, considera que a Penha tem sido bem aproveitada para a realização destes eventos?

Nós somos, há décadas, o palco natural de Guimarães. Preparamos a Penha para o palco natural da Capital Europeia da Cultura, em 2012, mas pouquíssimas atividades cá se realizaram. Ainda assim, não deixamos de ser palco natural e continuamos com um espaço pujante, agora com um anfiteatro, com um recinto preparado para concertos e também para celebrações ao ar livre, com roteiros históricos, parque de campismo, percursos pedestres e um campo escutista, que traz de milhares de escuteiros à Penha.

Nos próximos meses, com a retoma das atividades, é esperada uma grande afluência de pessoas?

Sim, esperámos isso. A transmissão em direto que referi é uma semente que foi lançada á terra que vai produzir os seus frutos. Agora, ainda estamos no primeiro ano de colheita, mas nos próximos cinco anos esperamos uma afluência acima do normal. Temos a certeza que vai superar os anos pré-pandemia. Cada vez mais o ambiente e a natureza são um motivo turístico. A Penha é um exemplo para o país. Não temos uma ignição há mais de 30 anos porque é cuidada. Os fogos florestais estão completamente erradicados. A natureza, ao longo destes anos sem fogos, está exuberante. A biodiversidade voltou.

De que forma é que tem sido feita essa proteção?

Através da limpeza, essencialmente. Fazemos a proteção ao nosso parque e colocamos uma campanha de limpeza de outubro a março, que nos garante que os incêndios não encontram combustível para arder.

Considera que os próprios vimaranenses tiram o melhor partido da Penha?

A Penha é uma descoberta permanente. Eu próprio, ainda hoje, entrei numa gruta onde nunca tinha estado. Isto para dizer que esta própria recuperação que estamos a fazer do espaço é um motivo para que os vimaranenses a visitem. Frequentemente, ouvimos dizer: “Já estive na Penha, ia lá à caça”. Isso não chega. A Penha tem muito mais vivência humana que é preciso conhecer. Aliás, a Irmandade da Penha tem um projeto de instalação de um centro de conhecimento histórico, ambiental e cultural, onde iremos fazer exposições, algumas fixas, outras periódicas.  Espero que ainda este ano tenhamos uma das nossas exposições a funcionar.

De que forma é que a pandemia afetou a Irmandade da Penha?

Afetou, desde logo, porque tivemos de cumprir com as normas da DGS no que toca à realização das celebrações religiosas. Sendo um espaço aberto, sempre esteve aberto às pessoas. A Irmandade da Penha promoveu celebrações ao ar livre, no recinto do Santuário, todos os domingos. Por vezes eram missas celebradas para 300 ou 400 pessoas, outras vezes para 150 ou 200. A verdade é que fomos o único sítio do país onde estas celebrações eram dominicais. Na pandemia fomos pioneiros e fomos bem compreendidos pelas pessoas, não só pelos vimaranenses, como pelas pessoas dos concelhos limítrofes. Tratou-se, se assim quisermos chamar, de uma propaganda de turismo religioso que ainda nos dias de hoje se reflete.

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