Que, em maio de 2022, “a sua agente, Carla da Matta, fez uma proposta à Oficina para se realizar no CCVF um espetáculo nesse ano. Foi respondido que não seria a melhor ocasião em termos de agenda, porque, e devido à regularização de compromissos que foram adiados devido à pandemia, não teria A Oficina data disponível para 2022/23”.

No entanto, acrescenta a nota, “foi ressalvado junto da agente, que, em dezembro de 2021, Sofia Escobar tinha acabado de dar um concerto  com a Orquestra do Norte, em Guimarães, organizado pela Câmara Municipal de Guimarães, a propósito das comemorações do 20º aniversário da elevação do Centro Histórico a Património da Humanidade, pelo que não faria muito sentido a promoção por parte da cidade de um concerto da mesma artista em tão curto espaço de tempo”.

Hugo Tavares Freitas, Diretor Executivo d’A Oficina, que assina o esclerecimento, escreve ainda que, na pré-pandemia, “Sofia Escobar tinha atuado na Green Week, mais uma vez com a promoção da Câmara Municipal de Guimarães”. Essa participação de Sofia Escobar na Green Week aconteceu a 02 de junho de 2017.

Acrescenta também que “não houve nenhum contacto recente por parte de quem representa Sofia Escobar atualmente, pelo que se estranha as suas declarações de ter “deixado o padre Leonel um pouco pendurado na esperança de fazer um concerto no CCVF”.

Quanto  ao concerto dado este fim de semana por Sofia Escobar na igreja de Nossa Senhora da Conceição, adianta que “foi patrocinado e cofinanciado pela Câmara Municipal de Guimarães, que assumiu os honorários da artista, e com o apoio d’A Oficina, nomeadamente nos canais de venda da bilhética”.

E que, A Oficina “tem coproduzido, colaborado e apoiado um número amplo de projetos da comunidade artística vimaranense, incluindo projetos com apresentação no CCVF, bem como colaborações com entidades na produção de projetos artísticos, e que continuará com o seu apoio à comunidade artística de Guimarães, seja nas artes performativas, visuais ou tradicionais, e continuará igualmente a afirmar Guimarães na cultura no Plano Nacional e Internacional onde orgulhosamente já se encontra e reconhecida por todos”.

Sofia Escobar espera há dois anos para apresentar o seu disco no Centro Cultural Vila Flor

Em fevereiro de 2022, e considerando o lançamento do álbum de Sofia Escobar em março desse ano, Carla Matta, da equipa de Sofia Escobar, contactou, por email, Isabel Pinho, Chefe de Divisão de Cultura do Município de Guimarães, pedindo “ajuda para a possibilidade de se realizar em Guimarães, a par de Lisboa, um dos dois concertos de apresentação do primeiro disco de originais de Sofia Escobar. Na comunicação, pode ler-se que Sofia Escobar “gostaria muito que fosse inicialmente partilhado com a sua família alargada que é o público da sua cidade – Guimarães”.

Na resposta, Isabel Pinho, considerando as propostas apresentadas “bastante enriquecedoras, encaminhou-as para o vereador (Paulo Lopes Silva), para este “tomar conhecimento e apreciar. Dando nota também de que “a nossa programação para 2022 está delineada. No entanto, poderão haver algumas dinâmicas novas e possível enquadramento das vossas propostas”.

Sem respostas, em maio desse ano, Carla da Matta, contacta Rui Torrinha, diretor artístico da A Oficina, para perceber da possibilidade de se encontrar uma data para a apresentação do disco na cidade berço. Nessa comunicação, Rui Torrinha lembra o espetáculo de 11 de dezembro de 2021, com a Orquestra do Norte, no CAE S. Mamede.

Carla da Matta defende que entretanto houve o lançamento do primeiro álbum de originais de Sofia, em abril desse ano, mais concretamente no dia 21 no teatro Tivoli em Lisboa, “com enorme sucesso”, e acrescenta a intenção de que o disco seja partilhado numa “tornée nacional e internacional”.

Outros contactos, sobretudo telefónicos, ocorreram com o Município e com A Oficina, em agosto e setembro de 2022. Os últimos terão ocorrido já em janeiro deste ano 2023.

Em setembro último, há três meses, uma familar de Sofia Escobar esteve pessoalmente com Domingos Bragança, presidente da Câmara Municipal, e abordando-o sobre esta situação, terá tido como resposta que o edil iria “falar imediatamente com o vereador da cultura para tratar do concerto”.

Este encontro terá feito com que Sofia não aceitasse de imediato realizar o concerto de sábado passado na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, aguardando por novidades do C.C. Vila Flor.

Contactada pelo Mais Guimarães nesta quarta-feira, Sofia Escobar desmente que tenha sido o município a pagar o seu cachet do concerto de sábado passado, dia 09 de dezembro.  Na proposta aprovada em reunião de câmara, e em o município de Guimarães propõe subsidiar o espetáculo com sete mil euros, pode ler-se que “pese embora a gratuitidade do cachet”, o espetáculo envolve “despesas de produção e publicidade”.

Lamentando esta situação, a artista lembra que é convidada regularmente para atuar em várias cidades do país, “como  Águeda, onde estive três vezes em pouco mais de um ano, e em Guimarães preciso quase de implorar”. Adianta ainda ser comum encontrar vimaranenses noutras cidades, que se deslocam para assirtirem aos seus concertos, e que lhe perguntam por um concerto em Guimarães.

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