“2030 – A Nova Ordem” encerra Festival de Canto Lírico em Guimarães

A ópera "2030 - A Nova Ordem" marcou o encerramento da quinta edição do Festival de Canto Lírico de Guimarães, organizado pela ASMAV - Associação Artística Vimaranense, num espetáculo que reuniu reflexão política, impacto emocional e um elevado nível de produção artística. A apresentação aconteceu no passado sábado, dia 14 de dezembro, no Centro Cultural Vila Flor.

© Município de Guimarães

Segundo Francisco Teixeira, presidente da ASMAV, o espetáculo que “correu muito bem” foi pensado para surpreender e provocar. “Manifestou-se uma grande produção com uma estética capaz de surpreender e de deixar as pessoas a pensar. A sensação que temos é que o público recebeu um grande choque e um murro no estômago, e esse era o nosso objetivo”, afirmou.

A concretização de “2030 – A Nova Ordem” envolveu três anos e meio de trabalho e a colaboração de cinco entidades. Entre elas, destacam-se a Associação Setúbal Voz, responsável pela produção principal, a ASMAV, que co-produziu e concebeu o projeto, e a Direção Geral das Artes e Espetáculos, cujo financiamento foi determinante. As câmaras municipais de Setúbal e Guimarães também ofereceram apoio logístico.

Em quatro anos, a ASMAV trouxe a Guimarães cinco óperas, um feito inédito na cidade. “Queremos que a ópera crie raízes em Guimarães e que as pessoas se habituem a usufruir deste espetáculo, que é um dos mais completos do mundo”, destacou Francisco Teixeira.

A quinta edição do festival abordou, ao longo das suas quatro óperas, o tema das constituições que marcaram a história de Portugal: 1822, 1910, 1976 e, esta última, abordou uma reflexão sobre os desafios da democracia atual. O projeto, apresentado no passado sábado, confrontou o público com questões ligadas à pós-verdade, num “espetáculo grandioso em logística, cenografia e música”, realçou.

“O objetivo da arte é obrigar-nos a pensar a nossa vida pessoal e coletiva e foi isso que fizemos e quisemos trazer”, sublinhou. Segundo Francisco, os artistas assumem um papel determinante na vida coletiva. “A verdade é que, nos dias de hoje, as mudanças que estão a ocorrer, às vezes para pior, com espaço à violência e à discriminação, os artistas têm que estar na primeira linha pela verdade artística e política. A arte não é apenas entretenimento. É uma forma de confrontar as pessoas com olhares diferenciados e interpelantes”.

Quanto ao futuro, Francisco Teixeira assegurou a continuidade do projeto nos próximos dois anos. “Já temos agendadas mais cinco óperas, todas com criadores nacionais, graças a um subsídio majorado obtido no Concurso Nacional de Artes Performativas da Direção Geral das Artes”, conclui.

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