24 de junho feriado nacional: Marcelo “passou a bola” ao Parlamento
Bragança quer apenas feriado nacional.

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Depois de ser confrontado no discurso de Domingos Bragança, durante a sessão solene do 24 de junho, com a pretensão dos vimaranenses de verem o dia transformado em feriado nacional, como Dia Um de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa acabou por dizer, em declarações aos jornalistas, que essa é uma responsabilidade do Parlamento.

“Há aqui uma pretensão de Guimarães, que se dê ao 24 de junho a importância própria de ter sido a primeira batalha, de muitas batalhas, pela independência de Portugal. Isto é um processo em que a Assembleia da República tem a palavra a dizer, como sabem é uma competência parlamentar, portanto, neste momento há uma intenção de chamar a atenção para esse problema. Veremos quando é que o Parlamento entende que deve falar sobre ele”, respondeu Marcelo quando questionado sobre a possibilidade do 24 de junho se tornar feriado nacional.
“É justo lembrar-se a importância desta batalha e deste dia, é aí que começa um processo muito longo e complicado que culmina na independência de Portugal. Como é que vai ser, a palavra e dos deputados da Assembleia da República”, acrescentou o Presidente, pondo o acento tónico no “processo”.
Em 2008, a bancada do PSD na AM lançou a ideia de 24 de junho como Dia de Portugal
A ideia de fazer do dia 24 de junho feriado nacional remonta a uma moção apresentada na Assembleia Municipal, em julho de 2008, pela bancada parlamentar do PSD, na altura liderada por André Coelho Lima. A moção foi aprovada com os votos do PSD, PS e CDS.

No documento diz-se que “no dia 24 de junho de 1128, teve lugar em Guimarães a batalha que ficou na história conhecida como ‘Batalha de São Mamede’ independentemente da convicção dos diversos historiadores acerca de qual o ato verdadeiramente fundador da nação portuguesa, é unívoco que sem a vitória das forças de D. Afonso Henriques… não teriam tido lugar os subsequentes atos que vieram a confirmar a fundação de Portugal”. Os subscritores da proposta consideram que naquela batalha “inequivocamente” nasceu Portugal.
Os subscritores desta proposta vão mais longe do que Domingos Bragança se afirma agora disponível. Para André Coelho Lima e os restantes deputados municipais que subscreveram esta proposta, o dia 24 de junho “deveria ser celebrado e solenizado oficialmente, pelos portugueses e pelo Estado português como o Dia de Portugal” e acrescentam que “nenhuma outra data tem uma importância tão nuclear na nossa história”.
Domingos Bragança contenta-se com feriado nacional
Já o presidente da Câmara, questionado, recentemente, sobre o tema, à margem de uma reunião do executivo municipal, afirmava que o dia 24 de junho deve ser feriado nacional e deve ser celebrado como Dia Um de Portugal, sem interferir com o 10 de junho como Dia de Portugal.
Em 2008, a AM deliberou solicitar ao Presidente da República, ao Governo e à Assembleia da República que promovessem a discussão sobre a alteração do Dia de Portugal para o dia 10 de junho.
O assunto volta agora a estar na ordem do dia, embora o PS de Guimarães, pela voz de Domingos Bragança, se afaste da ambição da moção apresentada em 2008 pelo PSD de fazer do 24 de junho o dia de Portugal.
Em 2008, André Coelho Lima dizia que esta iniciativa não devia ser encarada como uma “obstinação” vimaranense, mas antes como “uma causa nacional”.
O Mais Guimarães tentou falar com os deputados André Coelho Lima (PSD) e Luís Soares (PS) sobre esta matéria, para conhecer as posições atuais dos respetivos grupos parlamentares, numa altura em que o Presidente “passou a bola” aos deputados, mas, até ao fecho desta notícia, não foi possível falar com nenhum dos dois.





