Os dados do relatório de atividade turística em Guimarães no período de verão, entre os meses de junho e agosto, comprovam sinais de retoma da atividade turística após a fase de pandemia, com os números de afluência de visitantes aos postos de turismo a aproximarem-se dos anos de 2017 e 2018.

A divisão de Turismo do município lembra, na síntese da atividade turística de Guimarães, que é importante considerar que os anos de 2020 e 2021 foram “fortemente marcados pela pandemia de covid-19, que originou sérios constrangimentos na deslocação de pessoas e, por conseguinte, conduziu a uma profunda quebra em toda a atividade turística”.

Os indicadores em análise revelam, em 2022 um comportamento que a Câmara Municipal considera “muito promissor”, tendo sido registada uma acentuada subida comparativamente com igual período dos dois últimos anos. Os resultados agora obtidos já se aproximam bastante dos alcançados em 2017 e 2018, mas ainda estão longe dos valores de 2019, nomeadamente no que à afluência aos postos de turismo entre junho e agosto diz respeito.

Perante os dados recolhidos pela divisão de Turismo, registou-se a afluência de 33.827 visitantes aos postos de turismo, aproximando-se dos resultados referentes aos anos de 2017 (34.917) e 2018 (34.731). Comparativamente a 2021 (14.268), confirma-se uma expressiva subida do número de turistas que procuraram os serviços dos postos de turismo da cidade, mas um número ainda longe das 49.359 visitas de 2019.

Espanhóis são os que mais visitam Guimarães

Analisados os dados dos visitantes por país de origem, constata-se que Espanha, França e Portugal figuram no topo da procura turística. Espanha, com uns expressivos 55,3% dos visitantes, mantém a posição de principal mercado emissor, seguindo-se o mercado francês com 18% e o mercado interno com 6,8%.

A divisão de Turismo concluiu, uma vez mais, que são os mercados de proximidade, à semelhança do que se tem verificado nos anos anteriores, que continuam a sustentar a atividade turística. Destaque, ainda, para França que recupera o segundo lugar nos principais mercados emissores para Guimarães, destronando o mercado interno que registou uma considerável descida.

Relativamente ao mercado interno, são os grandes centros populacionais – Lisboa e Porto – os
principais emissores para o destino Guimarães. No que concerne ao mercado espanhol, as comunidades autónomas de Madrid, País Basco, Catalunha e Galiza mantêm-se como as que registam maior procura.

Alojamentos turísticos a recuperar

Em linha com a realidade do restante território nacional, o setor da hotelaria, fortemente afetado pela pandemia nos dois últimos anos, regista, em 2022, uma expressiva subida, fixando-se nos 67% a taxa de ocupação-quarto. Deste modo, conclui-se que, embora ainda não se tenha atingido os números alcançados antes da pandemia, de 76%, verifica-se uma retoma.

No mês de agosto registou-se uma assinalável taxa de ocupação de 78%.

À semelhança da hotelaria e dos empreendimentos de turismo de habitação e no espaço rural, os estabelecimentos de alojamento local também registaram um claro aumento na taxa de ocupação, sendo que, neste caso, o acréscimo é bem superior: 20 pontos percentuais de 2021 para o presente ano.

Visitas a monumentos, museus e sítios arqueológicos acompanham subida gradual

No que respeita à visitação dos principais monumentos de Guimarães (Castelo de Guimarães e Paço dos Duques de Bragança), assim como de um conjunto de museus (Museu Alberto Sampaio, Centro Internacional das Artes José de Guimarães e Casa da Memória de Guimarães), os resultados estão muito próximos dos registados entre 2017 e 2019 (338.846). Esses anos foram considerados, segundo o município, os melhores anos para o turismo de uma forma global.

Comparativamente com igual período do ano transato (172.792), registou-se uma subida exponencial de cerca de 82%, para 315.377 visitantes.

No que respeita à visitação dos principais monumentos e Museu Alberto Sampaio, os dados indicam que os mesmos são maioritariamente visitados por portugueses (cerca de 39%), espanhóis (aproximadamente 22%) e por turistas oriundos de França (cerca de 22%).

Não há, assim, uma perfeita correlação entre os turistas que procuram os postos de turismo e os que visitam monumentos e museus.

Teleférico perto dos resultados pré pandemia

Em linha com os restantes indicadores, os resultados alcançados pelo teleférico de Guimarães neste período revelam um significativo acréscimo, verificando-se que o número de viagens realizadas entre junho e agosto (118.940) ficou bem próximo do registado antes da pandemia (127.919). Para tal, muito contribuiu o mês de agosto em que foram efetuadas aproximadamente 70.000 viagens.

O ano de 2017 foi, porém, o melhor ano para o teleférico de Guimarães, tendo registado 139.934 viagens nos três meses de verão. Esse valor está, ainda, longe de ser alcançado.