Pela Cidade

Por Wladimir Brito.

© Mais Guimarães

por WLADIMIR BRITO
Professor de Direito na Universidade do Minho
1. A cidade está de luto pela morte de um seu ilustre filho: José Casimiro Ribeiro. Casimiro ou Zé Casimiro, como era vulgarmente tratado, foi um combatente da liberdade que teve a inteligência de adequar o seu combate às circunstâncias históricas de cada momento. Na verdade, durante o fascismo militou na LUAR, por entender que a luta contra a ditadura teria de ser armada e assim agiu. Foi preso e libertado após o 25 de Abril.

Derrubado o fascismo e a conquistada a democracia, Casimiro veio para a sua terra natal e aí continuou a luta, sem recurso a armas, mas agora na frente política e cultural, por entender que a afirmação da democracia convocava-o para essa luta. Essa foi a sua luta mais difícil, pois, como se sabe, a mudança da mentalidade individual e colectiva é das tarefas mais difíceis de realizar.

Mas, Casimiro não se furtou a executar essa tarefa, cumprindo aquilo que ele entendeu ser um seu dever de cidadania. Foi nessa frente de luta que o conheci e acompanhei o seu percurso cívico. Morreu o combatente, mas vive o seu exemplo. Curvo-me respeitosa e amistosamente perante a sua figura, esperando que a cidade saiba honrá-lo tal como ele honrou o seu país e a sua terra natal.

2. A Câmara Municipal um dia destes terá de responder por um acidente na Rua de Santo António. Com efeito, o sinal de sentido proibido, colocado junto do café Gil Vicente, na rotunda do Largo Navarros de Andrade, está há vários meses tapado com folhagens de uma árvore, tornando-se invisível para os condutores.

Por isso, vários condutores (em especial os que não conhecem a cidade) entram aí em contra-mão e prosseguem a marcha até serem advertidos por gritos e gestos das pessoas que estão no café ou na rua para a proibição da marcha no sentido Largo Navarros de Andrade-Toural. Custa alguma coisa recolocar o sinal de proibição em local bem visível?

3. Não podemos deixar de felicitar a realização do programa Guimarães Clássico. Foi um êxito. A qualidade dos músicos e a boa escolha dos locais para a realização dos concertos, todos com boa ou excelente (nas Igrejas) acústica contribuíram para esse êxito. Fiquei feliz por ver que a cultura da música clássica em Guimarães está a fazer com êxito o seu caminho, o que ficou patente com a adesão do público que, em todas os concertos, encheu os espaços onde decorriam. Fiquei feliz no dia em os músicos actuaram no Paço dos Duques.

Nesse dia, pela primeira vez nesta cidade, vi uma enorme fila de pessoas que pretendiam assistir ao concerto. Lamentavelmente, nem todos puderam entrar, por o espaço destinado a esse evento ter ficado lotado em pouco tempo. Mas, a vontade de ouvir os músicos levou a que algumas pessoas não arredassem pés da porta de entrada do Paço dos Duque até ao final para ouvirem a música mesmo em más condições.

Para tanto, pediram para não fecharem as portas por forma a que o som pudesse chegar até elas. Mais do que ouvir a música naquelas más condições, os resistentes quiseram homenagear os músicos e o programa. Por isso, aplaudiram como se estivessem na sala. Da próxima vez, por favor, criem as condições para que um maior número de pessoas possa assistir ao concerto em boas condições. A música clássica e os músicos merecem. Felicito o director Artístico, o internacio- nalmente reconhecido músico vimaranense Emanuel Salvador.

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