O início das comemorações acontece hoje, pelas  18h30, com uma sessão solene no Salão Nobre do Teatro Cinema, seguindo-se um espetáculo do fadista Camané. A viagem musical pelas músicas do fadista começa nos seus primeiros álbuns, editados nos anos 90, e segue até ao mais recente disco, Horas Vazias, lançado em 2021. Camané apresenta-se em Fafe com os cúmplices de sempre, José Manuel Neto na guitarra portuguesa, Carlos Manuel Proença na viola de fado, e Paulo Paz no contrabaixo. O concerto tem inicio marcado para as 21h30.

A 20 de janeiro, o músico fafense, Valter Lobo, atua em “casa” e apresenta no Teatro Cinema o seu projeto mais recente “Primeira Parte de um Assalto”, novo disco produzido e gravado por Pedro Sousa Moreira num moinho de vento centenário, na Casa do Vento em Torres Vedras, sendo uma edição de autor.

As comemorações do Centenário do Teatro Cinema incluem também um espetáculo de comédia, na noite de 27 de janeiro com o humorista, Pedro Tochas, que faz a sua estreia em Fafe.

No fim de semana de 13 e 14 de janeiro, o espetáculo “Primo vere” , a primeira parte da ópera Carmina Burana, transformará o Teatro Cinema num “imenso palco”, anuncia a Câmara de Fafe.

O projeto envolve várias entidades culturais de Fafe que apresentarão, ao longo do ano, as restantes peças com o objeto de um evento final a realizar-se em dezembro de 2024. Este trabalho tem coordenação articulada da Escola Bailado de Fafe e da Academia de Música José Atalaya.

Na sexta-feira, dia 19, a Sala Manoel Oliveira está reservada para uma noite de Jazz pela Fanfart.

© Grupo Casais

A “jóia da coroa” da cultura local

O Teatro-Cinema de Fafe, foi inaugurado em 1923, sendo palco de vários espectáculos, até ao encerramento em 1981. Adquirido pela Câmara Municipal 20 anos depois, reabriu em 2009, como sala de espectáculos.

O Teatro Cinema de Fafe, integralmente recuperado, é um dos principais motivos de interesse arquitetónico da cidade de Fafe, refere o município, “constituindo para a época da sua edificação, 1923, um importante marco cultural, tendo sido  considerado um dos melhores teatros do norte do País”.

A sua fachada, de “decoração invulgar e certamente única na região, é de belíssimo recorte. Pintada em tom rosa e com desenhos de cupidos alados, como a que simbolizar o amor às artes, a fachada tem a data de 1923, abaixo da designação “Teatro-Cinema”, pode também ler-se na apresentação da sala no site do município.

Esta obra  marca o fim das iniciativas dos “brasileiros” de Fafe e dos seus descendentes, fechando o ciclo da emigração para o Brasil, terra de rápido enriquecimento. A arquitetura do interior é em forma de ferradura, com um teto abobadado e decorado com motivos pictóricos alusivos a músicos famosos, além da figuração do firmamento.