Como surge esta sua candidatura à Assembleia da República?

Surge da vontade expressa e amplamente maioritaria do Órgão competente do PSD, a Comissão Política Concelhia, que entendeu que esta indicação deveria servir a estratégia autárquica do partido.
Sendo eu presidente da Comissão Política, indigitado e assumido candidato à Câmara Municipal de Guimarães pelo meu partido, entendeu-se que deveria ser a primeira proposta da secção de Guimarães para assim reforçar a minha intervenção pública e política em defesa de Guimarães e dos vimaranenses.
Ou seja, foi uma opção, não em favor ou contra quem quer que seja, mas sim a favor de uma estratégia política focada na defesa dos interesses de Guimarães, dos vimaranenses e nas eleições autárquicas de 2025. Esta é uma estratégia coletiva e mobilizadora.

Entendo que quem desempenha as funções que ocupo, tem de estar disponível para servir de várias formas a causa pública.
Se esta minha indicação foi amplamente considerada importante para a estratégia do PSD em Guimarães, tem a minha adesão, forte determinação, empenho, trabalho e humildade para servir o país e o meu concelho em particular.

Compreende as críticas que foram feitas na altura relativamente à decisão da concelhia de o indicar para a lista distrital?

Foi uma decisão amplamente consensual do órgão legítimo e competente. Tivemos uma única voz discordante na reunião da Comissão Política, que é um fórum plural, que com toda a legitimidade e seriedade, defendeu outra opção. Tudo absolutamente normal.

E a demissão de Hugo Ribeiro, vice-presidente da Comissão Política Concelhia?

Penso que importa muito mais aos vimaranenses conhecerem os atuais vice-presidentes do PSD de Guimarães: o Rui Armindo Freitas, economista, gestor e empresário reconhecido, uma voz credível e respeitada, que tem uma longa experiência política local e nacional, integra várias associações e instituições vimaranenses, com opinião pública e publicada; e a nova vice-presidente, a Natália Fernandes, presidente da junta de freguesia de Santa Eufémia de Prazins, com um trabalho notável, uma forte dedicação à comunidade e é uma autarca de referência, que muito nos orgulha pelo trabalho que desenvolve.

© Eliseu Sampaio / Mais Guimarães

Contava com a sua posição, de número dois da lista da distrital da AD?

Sinceramente, não estava à espera, mas destaco essa honra e responsabilidade, dado que a seguir ao cabeça de lista, que compete ao presidente nacional do partido escolher, e que, neste caso, é o secretário geral do partido, Hugo Soares, esta é a melhor posição na lista que Guimarães alguma vez teve. Penso que traduz bem a importância que a Direção Nacional e Distrital atribuem a Guimarães, que mostra e representa uma aposta clara na liderança e na estratégia local do PSD rumo às eleições autárquicas de 2025.

Sabia da integração de Emídio Guerreiro na lista, e num lugar de possível eleição? Como vê esta chamada?

Soube no próprio dia, já muito perto da hora de realização do Conselho Nacional e, por isso, este mérito é totalmente de Emídio Guerreiro e da Direção Nacional que o decidiu incluir na lista em lugar elegível. Claro que fico muito satisfeito por ter mais um vimaranense em lugar elegível, particularmente com o currículo de Emídio Guerreiro, com grande dedicação a Guimarães, experiência parlamentar e até à data o único militante social democrata de Guimarães que desempenhou, com elevado reconhecimento, funções no Governo, enquanto secretário de Estado do Desporto e Juventude. Saliento que com esta indicação, Guimarães pode voltar a ter dois vimaranenses na bancada do PSD na Assembleia da República, o que não aconteceu na ultima legislatura, e isso merece o nosso contentamento e nosso empenho coletivo. Destaco ainda que todos os candidatos a Deputados pelo PSD no distrito de Braga são oriundos do mesmo.

Eleito para a AR mantém a intenção de se recandidatar à presidência da concelhia nas eleições que acontecerão no verão?

Claro que sim. Quando me candidatei em 2022 a presidente do PSD de Guimarães foi para liderar e preparar uma estratégia vencedora para as autárquicas de 2025, que devolva a Guimarães uma nova fase de crescimento e desenvolvimento. Como sempre o afirmei claramente, Guimarães é a minha prioridade e este é o momento de termos confiança no nosso trabalho e na nossa capacidade coletiva de fazer mais e melhor por Guimarães e pelos vimaranenses. Isto é o que nos move e motiva.

© Eliseu Sampaio / Mais Guimarães

Espera ter oposição nessa altura?

Em democracia e num partido grande como o PSD é normal a pluralidade de opiniões. Eu sou um profundo crente na democracia. E, mais do que crente, sou praticante. Se nunca abdiquei da minha liberdade individual, e de dizer presente nos momentos em que achei que o devia fazer, advogo para os meus companheiros exatamente os mesmos direitos. No entanto, destaco que o PSD de Guimarães se tem afirmado nos últimos anos como um referencial de união, estabilidade, credibilidade e trabalho dedicado e sério, fatores fundamentais para conquistar a confiança dos vimaranenses em 2025. Acredito que assim vai continuar, porque julgo que todos reconhecem que Guimarães marca passo e precisa de um novo modelo de desenvolvimento mais ambicioso e que garanta melhores perspetivas de futuro coletivo.

Mantém a intenção de ser candidato à presidência da Câmara Municipal?

Guimarães é a minha prioridade. O PSD já clarificou em 2023, num plenário muito participado e de forma consensual, quem seria o seu candidato à Câmara Municipal em 2025. Esta indicação para a lista de deputados à Assembleia da República só vem reforçar esse caminho que permitirá apresentar uma alternativa robusta e credível aos vimaranenses em 2025. Estamos a trabalhar com tempo na construção e afirmação de uma alternativa de futuro e esperança para Guimarães, com protagonistas competentes e credíveis, que alia militantes do partido com independentes da sociedade civil que se destacam em várias áreas. É este caminho e este trabalho que devem alicerçar a nossa confiança num futuro melhor, determinado, em todos os momentos, por darmos sempre o nosso melhor na defesa dos superiores interesses de Guimarães e dos vimaranenses.

Sendo deputado, reforça ou valoriza a sua candidatura à Câmara?

É esse o nosso entendimento. Serei deputado, defendendo o interesse nacional e a representação nacional, naturalmente, mas sempre muito focado na proximidade com os Vimaranenses e na defesa dos interesses de Guimarães, que infelizmente, como todos reconhecem, tem vindo a perder centralidade na esfera regional e nacional.

Nestes últimos oito anos o Governo do Partido Socialista esqueceu Guimarães, remeteu-nos para segundo plano, sendo absolutamente necessário e prioritário recuperar a atenção de quem governa o país para os investimentos urgentes que Guimarães carece. O investimento nos principais eixos rodoviários, a implementação de canais dedicados de transporte publico, o serviço alfa de ligação ao Porto, a reabilitação do parque de habitação social, o Campus de Justiça que não saiu do papel, o reclamado financiamento para a cultura em Guimarães, quase tudo o que era estratégico para Guimarães e que dependia do Governo ficou por fazer. E isso é responsabilidade do PS, local e nacional.

© Eliseu Sampaio / Mais Guimarães

Numa altura em que se acentuam as desigualdades, as preocupações e angústias das famílias, em que não pára de aumentar o esforço económico dos cidadãos e empresas e os serviços públicos se encontram tão desvalorizados, como são exemplos a saúde e a educação, abre-se uma excelente oportunidade de mudar de políticas que têm empobrecido e castigado Portugal e Guimarães em particular. Temos de aumentar o salário médio dos vimaranenses para poderem ter melhor qualidade de vida e para isso é fundamental reduzir a carga fiscal, fortalecer a nossa economia, apoiar as nossas empresas a serem mais competitivas. Temos de fixar talento e ajudar os nossos jovens a encontrarem perspetivas de futuro em Guimarães e em Portugal. É para lutar por estas causas que me motiva a participação politica.

E se for eleito presidente da Câmara, Guimarães perde o deputado na Assembleia da República?

Não, Guimarães ganha um presidente da câmara que estará sempre ao lado dos vimaranenses a preparar um melhor futuro coletivo. Além disso, o PSD tem dois vimaranenses em lugares elegíveis, por isso nunca ficará sem deputado. Ou seja, Guimarães fica sempre a ganhar, porque se perder um deputado, ganhará um presidente de câmara empenhado, dedicado e determinado em resolver os problemas dos vimaranenses e em construir um futuro de esperança, crescimento e desenvolvimento para Guimarães.

Repare que esta situação não é inédita para Guimarães. Quando António Magalhães venceu as eleições autárquicas, no já longínquo ano de 1989, também tinha sido eleito deputado à Assembleia da República em 1987. Pode ser que se repita, mas agora elegendo um presidente de câmara social democrata.

Que balanço faz do trabalho realizado neste mandato na presidência da concelhia?

Um balanço muito positivo. Com o nosso trabalho em equipa, reforçamos a dinâmica coletiva interna, com iniciativas como a Convenção Autárquica, conferências, ações de formação e estamos a preparar já as candidaturas às freguesias para 2025. A nível externo, considero que temos marcado a agenda política, criamos vários grupos de trabalho temáticos e temos apresentado propostas concretas para os principais desafios com que Guimarães se depara.

Conseguiu cumprir o programa que apresentou aos militantes do concelho?

Só darei como cumprido o meu programa quando o PSD de Guimarães vencer as eleições autárquicas em 2025.

Sente que tem o partido unido, mesmo com alguns militantes a criticarem publicamente algumas opções?

Algumas críticas são absolutamente normais num partido democrático e plural como o PSD, mas o partido está claramente unido e empenhado nos objetivos centrais, particularmente em relação às autárquicas de 2025. Todos percebemos bem que é juntos e empenhados que seremos capazes de fazer mais e melhor por Guimarães e pelos vimaranenses.