Francisco Matos já realizou mais de 100 dádivas de sangue

Francisco Matos é um dos dadores que já ultrapassou a marca impressionante das 100 dádivas de sangue.

© Leonardo Pereira/ Mais Guimarães

Natural da freguesia de Penselo, o vimaranense começou a doar sangue em meados dos anos 80, quando teve um colega de trabalho que realizou uma cirurgia e necessitou de quatro dadores de sangue. Francisco Matos calcula que, a partir dessa altura, já doou mais de 50 litros de sangue.

Depois de cerca de 40 anos inserido nesta causa, apenas parou em 2023 quando completou 65 anos, idade máxima para doar sangue. Apesar de já não ser permitido doar mais, Francisco Matos conta que “se pudesse continuar, dava sangue sem problema. Enquanto o meu sangue fosse útil para alguém, não tinha problema nenhum porque é uma ação que não custa nada.”

Depois de uma centena de dádivas de sangue, o sentimento de Francisco Matos é de satisfação: “Contribuí com a minha parte. Sinto-me satisfeito e espero que o sangue tenha sido bem aproveitado. Tenho essa confiança. Não sinto o dever cumprido porque esta ação não é um dever, é voluntária e apenas dá quem quer.”

Em 2022, o vimaranense de 65 anos recebeu um galardão depois de atingir as 100 dádivas. Para Francisco Matos, esta é uma forma de “reconhecer os dadores que se disponibilizam a doar o seu sangue. Felizmente ainda há bastantes dadores e espero que continuem a haver mais.”

Como as doações foram feitas ao longo de vários anos, Francisco nunca ficou sem condições de ir trabalhar. “Fiz a minha vida normal e recuperei rapidamente”, conta. Todavia, o vimaranense admite que já teve recaídas durante as dádivas: “Tive quebras de tensão três vezes por ter sido numa hora inoportuna ou porque não tinha feito uma refeição próximo da dádiva. Mas fiquei logo bem.”

“Antigamente, doávamos sangue e comíamos um prego no pão e bebíamos uma cerveja”

Francisco Matos explica ainda que “hoje em dia vamos doar sangue e no fim perguntam-nos sempre se queremos comer bolachas ou tomar algo para reforçar um pouco o corpo. Antigamente, doávamos sangue e comíamos um prego no pão e bebíamos uma cerveja.”
Há cerca de quatro décadas ligado a esta causa, Francisco Matos considera que os vimaranenses “deveriam ser mais solidários tendo em conta o número de pessoas que residem em Guimarães. Contudo, são solidários. Há bastantes dadores, mas nunca chegam, quantos mais melhor.”

Francisco acredita que a ausência de mais dadores deve-se à falta de informação sobre a dádiva de sangue na comunidade, mas também à falta de incentivos: “As pessoas desconhecem se podem doar sangue e se são saudáveis. Na dúvida, devem ir porque ninguém doa sangue sem ter uma consulta médica, há sempre médicos a avaliar o doente. Para motivar alguém a doar sangue, podia haver um incentivo que levasse os jovens para a causa, porque não haverá sempre pessoas idosas para isso. Se não tiverem motivados a partir dos 20 anos, não vão ficar mais tarde porque não têm interesse. Esta iniciativa e motivação para os dadores de sangue deve começar o quanto antes. Se houvesse uma forma de provar que a dádiva de sangue é agradável e útil, seria melhor”, finaliza.

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