“Nunca esteve nos meus planos deixar o Vitória”, referiu o técnico, contando ter tido uma proposta que recusou do Cuiabá, clube brasileiro que milita na Primeira Divisão.

“Em tudo na minha vida faço as coisas às claras”, acrescentou Álvaro Pacheco. “O Cuiabá sempre soube que, neste momento, eu não saíria do Vitória e, mesmo assim, quiseram sentar-se comigo. E vocês sabem que não sou parvo nem irresponsável para ir a Lisboa, a um restaurante super público, se não houvesse concordância de toda a gente”, clarificou o técnico.

Quanto ao futuro com a camisola do rei, Álvaro disse que, neste momento, “não tenho planos para sair e também não tenho planos para a próxima época. O meu foco é blindar o meu grupo, unir o meu grupo, e fazer história por este clube”.

Mais importante “do que Álvaro Pacheco ou as suas pretensões” é, segundo o técnico vitoriano “focar no que é melhor para o Vitória. E o melhor é nós focarmo-nos claramente no jogo de amanhã e de que forma vamos conseguir os três pontos. Depois o futuro do Álvaro irá seguir com normalidade”, disse.

No final desta época, Álvaro diz sentir “muito orgulho no que foi o meu percurso, naquilo que nós construimos desde que cá chegamos. É um Vitória em que os seus associados, os seus sócios se identificam, se revêm, gostam, e nota-se a simbiose entre a massa associativa e a equipa. O que tem vindo a ser o nosso trabalho é positivo”.

O Vitória, na quinta posição com 60 pontos, está a dois do Braga e a três do FC Porto, e depende só de si para chegar pelo menos ao quarto lugar. Álvaro aponta para uma equipa motivada: Faltando três jogos para o final, ainda temos coisas para conquistar, alcançar e fazer história, só podemos estar super motivados”, referiu.

Sobre se ainda há a possibilidade de ser treinador do Vitória na próxima época, Álvaro não quis abrir o jogo mas clarificou a sua posição neste caso: “O que eu posso dizer é que estou de consciência super tranquila. Eu sempre respeitei todos os clubes que representei, sempre fui leal. Nunca fui desleal com o Vitória. Neste momento tenho contrato com o Vitória e estou focado nos objetivos de fazer história pelo Vitória. Quando estamos a três jogos do final, e podemos escrever a página mais bonita da história do clube, nada, nem ninguém pode estar acima do Vitória e dos seus associados”.

“Vai ser um jogo difícil numa casa também complicada”

Frente ao Rio Ave, neste sábado, pelas 15h30, o Vitória vai encontrar uma equipa que ocupa a 12º posição do campeonato e que, nos últimos 14 jogos, empatou 11 vezes.

Álvaro Pacheco aponta para um Rio Ave que “tem vindo a melhorar e, principalmente, em sua casa dão muito desconforto às pretensões dos adversários. Nós temos de ser uma equipa acutilante, uma equipa agressiva e, principalmente, uma equipa ambiciosa para conseguirmos passar a barreira dos 62 pontos, que é uma marca histórica”. O técnico considera que será um feito merecido pelo plantel devido ao que este “têm vindo a fazer ao longo da época”.

Em perspetiva um jogo muito equilibrado frente a uma equipa que “tem o mesmo treinador há muitos anos e os hábitos e rotinas estão enraizados. É uma das equipas que mais gosto a ver jogar futebol. O Freire é um excelente treinador, e uma equipa com uma identidade bem vincada”, disse.

Tiago Silva está de regresso à convocatória e “Não foi convocado – na semana passada – como não foram convocados outros jogadores. O importante é sempre a equipa e o que é melhor para a equipa”, disse o técnico. Tiago Silva “fez uma semana fantástica, está disponível e portanto vai ser convocado”, acrescentou Álvaro Pacheco. Ricardo Mangas está também apto para o confronto em Vila do Conde, embora não possa jogar os 90 minutos. Já Afonso Freitas continua de fora.