Curta-metragem de Francisca Miranda venceu “Prémio Sophia Estudante”

A artista vimaranense venceu o "Prémio Sophia Estudante 2024" com a curta-metragem "Défilement". O reconhecimento foi entregue durante a cerimónia dos prémios anuais da Academia Portuguesa de Cinema.

© Direitos Reservados

O projeto final de licenciatura de Design da Comunicação, na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, valeu a Francisca Miranda o “Prémio Sophia Estudante 2024” e um prémio de cinco mil euros para o apoio em futuras realizações. O galardão foi entregue no passado domingo, dia 26 de maio, no Casino Estoril, na noite de gala da 13.ª edição dos prémios Sophia.

“Inesperada”, “emocionada” e “um pouco perdida”, Francisca Miranda subiu ao palco para receber o prémio numa noite em que “não estava à espera de ganhar, até porque fui para a gala com espírito de me divertir e sem nada preparado para dizer. Estava emocionada e só conseguia pensar que ia chorar no palco”, expressou a artista de 22 anos.

A curta-metragem produzida por Francisca Miranda já tinha sido reconhecida com o Prémio “Melhor curta-metragem Documentário” nos Prémios Sophia Estudante, em fevereiro deste ano. “Défilement” estava também nomeado para a categoria de “Melhor Cartaz” nos prémios Sophia e “Melhor Montagem” nos prémios Curtas.

© Francisca Miranda

“Défilement” é uma curta-metragem de 12 minutos da autoria de Francisca Miranda, natural de Guimarães, “completamente desenvolvida em contexto académico, no âmbito do projeto final da licenciatura de Design da Comunicação”, na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, explicou a artista.

Num filme “bastante íntimo”, a vimaranense criou um projeto em que relaciona a fotografia, a saúde mental e a sua família: “Quando trabalhámos um tema com o qual temos domínio, temos mais probabilidades de fazer um bom trabalho”, justificou Francisca Miranda.

“Défilement” tem a irmã da artista como personagem principal de forma a que se “distancie da própria história e da experiência.” A curta-metragem percorre os familiares mais próximos de Francisca Miranda como a mãe, o pai, a avó e até ela própria, “transportando” essas personagens até ao dia do seu aniversário, uma data que “engloba alegrias, frustrações e reuniões familiares.”

Esse dia serviu para criar uma metáfora em torno da “questão da saúde mental, da família e das expetativas para a vida”. Francisca Miranda retratou a sua história a partir de um arquivo com cerca de cinco mil fotografias, que resultou numa “pesquisa exaustiva em que acabei por selecionar as que faziam mais sentido para falar da metáfora e das relações.”

A curta-metragem iniciou com a realização do fotolivro “Domingos” em novembro de 2022, criado com fotografias do seu álbum que serviu para uma exposição para os seus estudos. A jovem continuou o projeto para a conclusão do seu curso, em que queria “trabalhar com fotografias e com a questão de saúde mental”. Apesar de estar a estudar “num curso que não estava relacionado em nada com esse projeto”, Francisca Miranda percebeu que “tinha de tornar o material numa curta-metragem. Tinha uma ideia de fazer um filme e desenvolvi a partir daí em março de 2023”, sublinhou.

© Paulo Cunha Martins/ Batalha Centro de Cinema

Francisca Miranda considera que este prémio pode ser uma rampa de lançamento para a sua carreira, enaltecendo o valor de cinco mil euros atribuídos que são “obrigatoriamente direcionados para produzir uma segunda obra. Será isso que vou fazer.”

A artista vimaranense quer continuar a realizar sessões em que apresenta a sua curta-metragem e tem como objetivo fazer uma na sua cidade natal: “Nunca fiz uma sessão em Guimarães e gostava de fazer na minha cidade. Fazia todo o sentido apresentar aqui porque há imensa gente com que me cruzo e muitas pessoas querem ver”, deseja.

Para o futuro, Francisca Miranda pretende trabalhar na área do cinema e considera que “Défilement” é fundamental para definir o seu caminho: “O meu primeiro contacto com criação e produção foi este. Fiz quase tudo sozinha, só tive ajuda de dois amigos e então este projeto será muito importante para perceber o que quero mesmo fazer no futuro, porque já vou estar em contacto com outros cargos como operações de câmara e cinematografia, algo que não tive até este momento. Mas gosto muito da parte da escrita e da realização.”

Contudo, a vimaranense de 22 anos não quer terminar os estudos, pelo que também pretende “fazer um mestrado na área do cinema”.

© Francisca Miranda

Mas a curta-metragem tem mais um toque de Guimarães. A música original de “Défilement” é da autoria de António Abreu, vimaranense que está a estudar Produção e Tecnologias da Música na Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo – ESMAE e é também vocalista da banda “Sala 7”.

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