Guimarães precisa de um projeto de futuro para a mobilidade de pessoas e bens (mercadorias) na Cidade, no Concelho e de ligação a Fafe, Braga, Famalicão e Santo Tirso. Um projeto ousado, que exigirá tempo a ser concretizado, mas que deve ser iniciado já. Um projeto inovador e com custos significativos, a financiar pelo Estado e pela União Europeia.

Pensar a mobilidade é ter em conta o princípio da igualdade e o direito de todos às deslocações casa-trabalho, casa-escola, casa-espaço público urbano. Pensar a mobilidade é ter em conta a urgência da descarbonização e do descongestionamento provocado pelos automóveis particulares, no sentido de um futuro verde e sustentável que queremos alcançar.

Pensar a mobilidade é ter presente que o transporte público deve ser rápido, fiável, ecológico e confortável. Só deste modo se pode substituir e reduzir o uso do automóvel particular. O meio de transporte articulador da mobilidade no interior do Concelho e de ligação ao exterior deve ser o Metro. Dizemos Metro por contraste aos autocarros a que chamam de Metro Bus.

Guimarães é um grande concelho que está inserido numa região desenvolvida, sendo um dos principais centros exportadores do País. Somos, em conjunto, uma região de média dimensão à escala europeia. Cidades e regiões semelhantes já contam com o metropolitano como vetor da sua mobilidade.

Nego-me a pensar pequeno. Tenho consciência que são necessários estudos técnicos aprofundados. Sei que estamos a pensar um projeto ousado com grandes dificuldades. A primeira é de credibilidade. Serão muitos a não acreditarem. Uns porque se assustam com o valor do investimento, outros por cinismo transvertido de seriedade e, outros ainda, por estarem sempre contra tudo o que seja inovação. A segunda tem a ver com a necessidade de conseguir consensos das forças políticas, sociais e económicas. A terceira será a do financiamento.

Vivemos numa cidade e numa região em que todos aprendemos com a vida que as grandes causas exigem grandes sacrifícios. Nada do que somos hoje como território e como comunidade nos foi doado. Aquilo que somos como concelho, como região e como país foi conquistado com o trabalho, a visão e o sacrifício dos que nos antecederam.

A mobilidade é uma pedra angular do desenvolvimento sustentado e da qualidade de vida que queremos para o nosso Concelho. O Metro é o meio de transporte-chave e articulador desta mobilidade. Este é um grande objetivo para o qual os primeiros passos devem ser dados no curto prazo. Um objetivo de que falei pela primeira vez em 2014.