O Governo de Luís Montenegro cai um ano e um dia depois de ter sido eleito. De acordo com a Constituição, a não aprovação de uma moção de confiança implica a “demissão do Governo”.

O Executivo de Luís Montenegro fica agora em gestão, limitado aos atos estritamente necessários ou inadiáveis à continuação da sua atividade.

Após três horas de debate e uma hora de negociações foi este o desfecho, já esperado após os anúncios dos principais líderes dos partidos da oposição.

Luís Montenegro procurou entendimentos com o Partido Socialista ao longo da tarde, mas sem sucesso.

“Esgotámos todas as possibilidades. Nao se justifica qualquer crise política. O Chega e o PS fizeram cair o governo”, disse Hugo Soares, secretário-geral do PSD, após a votação dos deputados presentes no Parlamento.

Ricardo Costa, deputado vimaranense do partido socialista, já reagiu a esta votação, considerando que “perante a crise aberta pelo Primeiro-Ministro, a gravidade da matéria em causa e a falta de ética demonstrada não permitem outro caminho, perante este pedido de demissão cobarde e encapotado”.

Os portugueses, acrescenta o deputado, “podem contar com o compromisso, com a confiança e com o empenho do Partido Socialista para concretizar uma alternativa estável. A liderança servidora de Pedro Nuno Santos e a responsabilidade política do PS permitem-nos acreditar num futuro melhor, com crescimento económico e com desenvolvimento social”.

O presidente da República convocou já os partidos políticos com representação parlamentar para um encontro, esta quarta-feira, dia 12 de março, e convocará o Conselho de Estado, para se reunir na quinta-feira, 13 de março, lê-se numa nota publicada no site da Presidência da República.

Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações recentes ao país, anunciou que, em caso de necessidade de eleições legislativas antecipadas, decorreriam entre 11 e 18 de maio.