Curtir Ciência recebeu milhares de euros da Agência Nacional

A Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica  (Ciência Viva - ANCCT), instituição responsável pela rede de centros de Ciência Viva, divulgou uma lista de diversos financiamentos ao Centro de Guimarães, ultrapassando os 76 mil euros, a que se somam os pagamentos aos professores alocados ao projeto e um financiamento do Norte 2020, de mais de 116 mil euros.

© Rede Centros de Ciência Viva

Quando pressionado pela oposição (PSD/CDS), durante a reunião do Executivo, de terça-feira, a propósito do afastamento do Curtir Ciência da rede nacional de centros de Ciência Viva,, Domingos Bragança, lamentou que a Ciência Viva – ANCCT “nunca tenha feito contributos para melhorar” enquanto fazia parte da associação que geria o espaço em Guimarães.

O centro de Ciência Viva da cidade de Guimarães foi excluído da Rede Nacional, depois de um relatório arrasador, feito pela Comissão Permanente de Acompanhamento, na sequência de uma visita ao espaço, em dezembro de 2023, que, logo na primeira página dizia: “Um dos fatores que mais impressiona um visitante é que praticamente todas as salas de exposição estão em mau estado de funcionamento”.

Segundo a Ciência Viva – ANCCT, este documento foi entregue, pessoalmente, ao presidente da Câmara, Domingos Bragança, no dia 22 de janeiro. Mais tarde, no dia 01 de fevereiro, o relatório foi entregue também à outra sócia, a Universidade do Minho, e foi feita uma proposta de encerramento temporário do centro. A 05 de março, os três sócios da associação responsável pelo Centro de Ciência Viva de Guimarães reuniram-se, mas deste encontro não saiu nenhum acordo porque a 12 de abril a Ciência Viva – ANCCT comunicou formalmente o cancelamento da credenciação ao Curtir Ciência.

Para o vereador do PSD e candidato à presidência da Câmara, Ricardo Araújo, este afastamento é “uma humilhação para Guimarães”. O presidente da Câmara, porém, lembrou que a associação que geria o espaço tinha três sócios e questionou: “por que é que eles [Ciência Viva – ANCCT] não fizeram contributos para melhorar enquanto faziam parte?”

A vice-presidente da Câmara, Adelina Paula Pinto, em conferência de imprensa, no final da reunião do Executivo, veio associar-se às palavras do presidente. “Com exceção do ano da pandemia, em que fez uma pequena contribuição, a Ciência Viva – ANCCT limitou-se a pagar as quotas anuais, no valor de 2500 euros”. afirmou. Uma vez que a associação foi constituída em 2019, isso totalizaria um valor de 15 mil euros. Todavia, numa listagem de apoios financeiros dados ao centro vimaranense, fornecida pela Ciência Viva – ANCCT,  constam, não só as quotas referentes aos anos de 2019 a 2022 (10 mil euros), mas muitas outras parcelas, num total que excede os 76 mil euros.

Mais de 100 mil euros por ano para pagar professores  em mobilidade

A Ciência Viva – ANCCT menciona também uma verba 112.586,86 euros referentes aos salários de dois professores colocados no centro em mobilidade, só no ano letivo de 2023/24, e ainda um financiamento de 116.663,00 euros ao abrigo do Programa Operacional do Norte 2020.

No relatório que ditou o afastamento da rede conclui-se que os 35 mil visitantes que o centro diz ter, são “um pouco enganadores” porque agregam ações externas e visitas ao local. “No dia da visita (08 de dezembro, um feriado) não vimos nenhum visitante, exceto quando estávamos de partida, pelas 16h00: uma pessoa passava por ali e procurava entender o que era o espaço. Não sabemos se acabou por visitar o centro”, referem os elementos da Comissão de Acompanhamento no documento.

Jornalista Rui Dias

 

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