Arquivamento do caso Victor Hugo Salgado reabre debate político a meses das Autárquicas
O Ministério Público arquivou o inquérito por violência doméstica contra Victor Hugo Salgado, presidente da Câmara Municipal de Vizela, após a mulher, que inicialmente o acusara de agressão, ter recusado prestar declarações e manifestado vontade de não prosseguir com o processo. A informação foi avançada hoje, pelo Jornal de Notícias.

© CMV
O Ministério Público arquivou o inquérito por alegado crime de violência doméstica contra Victor Hugo Salgado, presidente da Câmara Municipal de Vizela, apesar dos sinais clínicos compatíveis com agressão, avança esta sexta-feira, o Jornal de Notícias (JN), que cita o auto da PSP para relatar que a ocorrência teve lugar na noite de 27 de fevereiro.
Segundo o JN, a mulher disse ter sido atingida com murros na boca e no nariz, arrastada pelos braços e empurrada, caindo e sofrendo vários hematomas. O exame médico realizado no Hospital de Guimarães nessa mesma noite confirmou lesões consistentes com a descrição dos factos: fratura nasal, escoriações no lábio e equimoses no pescoço, braços e pernas, lê-se no JN.
Apesar disso, no despacho de arquivamento, o Ministério Público referiu que os elementos recolhidos “se resumem aos registos clínicos e ao exame médico”, dado que a vítima optou por não prestar declarações. Sem o seu testemunho e na ausência de provas materiais ou testemunhais adicionais, o procurador concluiu que os indícios eram insuficientes para avançar com uma acusação. Victor Hugo Salgado nunca chegou a ser interrogado nem constituído arguido. O despacho refere ainda que essa decisão teve em conta a necessidade de “assegurar a paz social e a tranquilidade no seio da família”.
Apesar de o crime de violência doméstica ser de natureza pública — podendo ser investigado mesmo sem queixa da vítima — o Ministério Público entendeu que, sem o depoimento da mulher, não era possível comprovar judicialmente a origem das lesões, levando ao encerramento do caso.
Com o arquivamento, reacende-se agora a discussão política, numa altura em que faltam poucos meses para as eleições autárquicas. A polémica que envolveu Victor Hugo Salgado levou à sua saída da liderança da Federação Distrital de Braga do PS e à retirada do apoio do partido à sua recandidatura à Câmara de Vizela, então liderado por Pedro Nuno Santos.
A liderança do PS deverá agora passar para José Luís Carneiro, candidato único à sucessão de Pedro Nuno Santos. A expectativa recai agora sobre a decisão da nova direção do partido relativamente ao futuro político em Vizela.
O Mais Guimarães sabe que, caso o PS não reponha o apoio à sua candidatura, Victor Hugo Salgado avançará na mesma, sem a retaguarda do partido que representa. A incerteza mantém-se, mas a corrida às Autárquicas em Vizela promete novos capítulos nos próximos dias.
Após a publicação de uma notícia pelo Jornal de Notícias, o presidente da Câmara Municipal de Vizela, Victor Hugo Salgado, reagiu através de um comunicado oficial, no qual contesta a veracidade da publicação, acusando o jornal de os ter distorcido.
O autarca reafirma a sua posição firme contra qualquer forma de violação dos direitos humanos, com especial destaque para a violência doméstica. Defende que sempre “promoveu os valores do respeito, da dignidade e da liberdade de todos os cidadãos, em particular das mulheres”. Assegura ainda que, desde o início do processo, “colaborou de forma transparente com as autoridades, convicto da sua inocência”.
Victor Hugo Salgado esclarece que, ao classificar o caso como sendo do foro pessoal e familiar, referia-se à sua certeza de que não se tratava de um crime de violência doméstica, algo que, segundo frisa, foi confirmado pelo posterior arquivamento do processo. Contrariando as informações avançadas pelo jornal, o presidente afirma que a sua esposa, Sara Salgado, declarou “que nunca foi alvo de qualquer conduta penalmente relevante da sua parte, nem física nem psicologicamente, rejeitando igualmente qualquer tentativa de humilhação ou desrespeito”.
No mesmo comunicado, Salgado sublinha que não foi constituído arguido nem sequer interrogado ao longo do processo, uma vez que não existiam indícios suficientes para sustentar qualquer suspeita criminal.
Conclui lamentando o impacto mediático da situação, afirmando ter sido alvo de um “julgamento público” que, mesmo após o arquivamento do caso, teve consequências políticas e, sobretudo, pessoais. Destacaou ainda os efeitos negativos sobre a sua família, nomeadamente os seus filhos, que diz terem sido expostos a uma pressão pública injusta durante várias semanas.
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