De polémico a icónico: Contagem decrescente para o Rock no Rio Febras 2025
O Rock no Rio Febras regressa nos dias 25 e 26 de julho com entrada gratuita e um cartaz recheado de nomes de peso.

© Arquivo/Mais Guimarães
É já o maior festival de verão da região, que este ano aposta também numa zona de campismo e caravanismo com inscrição prévia. Com uma programação que reúne nomes incontornáveis do rock nacional e internacional, o festival volta a ocupar a Quinta da Ponte, no terreno junto ao Museu da Cultura Castreja, na freguesia de Briteiros, Guimarães. A lotação esgotou em poucas horas.
Para Vasco Marques, presidente da Casa do Povo de Briteiros — entidade organizadora do festival —, a dimensão que o Rock no Rio Febras alcançou é motivo de orgulho, mas também exige uma operação logística de grande escala. “Muito orgulho, muita alegria naquilo que estamos a conseguir fazer. Às vezes também um bocadinho de apreensão, porque isto já implica questões logísticas muito grandes. Não estávamos minimamente à espera que isto atingisse um patamar tão depressa e tão alto”, reconhece Vasco Marques. “Mas com a equipa de voluntários que temos, com amigos que nos emprestam a sua experiência, vamos conseguir estar à altura”.
O presidente destaca que o festival se financia a si próprio, com receitas provenientes da venda de alimentos e bebidas confeccionados e servidos por voluntários. “Todas as comidas e bebidas são vendidas por voluntários da Casa do Povo. Ninguém está aqui pago para servir uma cerveja. Muitos nunca tinham sequer servido uma. A receita vai totalmente para financiar as valências sociais da instituição”.
Além da vertente musical, o Rock no Rio Febras tem uma componente solidária que ajuda a reforçar o envolvimento da comunidade local e emigrante. “Há pessoas da nossa comunidade emigrada que vêm de propósito para o festival e algumas até só para serem voluntárias. Há um orgulho coletivo. As pessoas veem a sua terra nas notícias nacionais, falam dela nos telejornais. Anda-se na rua de peito feito”.
Um palco com projeção internacional
Já Pedro Conde, responsável pela programação, assume a pressão de manter o nível de exigência elevado. A aposta em nomes internacionais, como os The Dandy Warhols, que encerram a tour europeia em Briteiros é reflexo disso. “Desde a polémica com a marca Rock in Rio, em 2022 ou 2023, o festival subiu de patamar. Passámos para um nível internacional. Este ano quisemos manter essa fasquia e conseguimos. Os Dandy Warhols vão fechar a tour europeia cá. É um nome incontornável”.
Mas o festival não esquece o talento nacional e local. Linda Martini, Pluto, José Pinhal Post Mortem Experience, Indignu, Paraguaii, Travo, Growing Circles, Zamora e Copa Funda (vencedores do concurso de bandas da Juventude da Câmara Municipal de Guimarães) completam um cartaz que privilegia a autenticidade e a diversidade da cena rock. “Inicialmente queríamos apenas projetar talentos locais. Agora temos um palco com projeção nacional e internacional. É uma rampa de lançamento para bandas emergentes, mas sem nunca desvirtuar o espírito rock do festival”.
Este ano, o festival inclui também uma zona de campismo e caravanismo. Uma aposta para prolongar a vivência festivaleira e permitir a permanência dos visitantes durante os dois dias. A animação entre concertos será garantida por DJ sets dinamizados por espaços de referência da cena rock local, como Oub’Lá, El Rock, Route 66, Batô, Cunha e 21. “Convidámos os melhores espaços de rock da região a trazerem os seus DJs residentes. A ideia é criar continuidade, manter a vibração e dar palco ao que já é bom por cá”, sublinha Pedro Conde.
O Rock no Rio Febras, que nasceu como um pequeno evento comunitário, é hoje uma referência nacional e continua a crescer sem esquecer as suas raízes. “É preciso inovar, pensar fora da caixa. O nosso objetivo sempre foi encontrar formas diferentes de financiar os projetos sociais da Casa do Povo. E tem corrido muito bem”, conclui Vasco Marques.
Em 2024, mais de 10 mil pessoas passaram pelo recinto. Este ano, a organização alargou o festival a dois dias, ou seja, prevê-se uma projeção nos números de assistência.