Ricardo Costa defende rede ferroviária integrada para o Minho com ligação direta Guimarães–Braga
O presidente do PS Guimarães, Ricardo Costa, considera que a chegada da Alta Velocidade a Braga e Valença representa uma oportunidade histórica para o Minho criar, pela primeira vez, uma verdadeira rede ferroviária regional.

© PS Guimarães
O dirigente socialista, num artigo publicado no Jornal de Notícias, alerta, no entanto, que a região corre o risco de perder esta ocasião ao manter-se em debates “tímidos e fragmentados”, aceitando soluções que não respondem às necessidades do território.
Segundo Ricardo Costa, apesar dos investimentos realizados no início do século XXI, como a eletrificação e modernização das linhas de Braga, Guimarães e Minho, o resultado foi paradoxal, já que se criaram três linhas modernas, mas terminais e desligadas entre si. “A ferrovia do Minho não é uma rede, mas uma coleção de ramais”, sublinha.
No contexto da Alta Velocidade, o socialista critica que a discussão esteja centrada apenas na construção de uma nova estação em Braga fora da linha existente, solução que, no seu entender, não serve nem Guimarães, nem Viana do Castelo, nem a própria cidade de Braga, por reforçar a lógica de ramais isolados em vez de criar ligações integradas.
Ricardo Costa defende que o Minho “precisa de uma visão de conjunto e rejeita alternativas como o metrobus, que classifica de “paliativos””. Aponta como prioridades três medidas: garantir o acesso rápido das principais cidades à rede de Alta Velocidade, sustentado pelo peso populacional e pela relevância económica da região, responsável por mais de 10 mil milhões de euros anuais em exportações; avançar com a ligação ferroviária entre Guimarães e Braga, assegurando a cobertura de polos estratégicos como os campi universitários e o Hospital Central de Braga; e construir a estação de Alta Velocidade em Braga na linha existente, seja na atual ou numa nova infraestrutura em Ferreiros, desde que assegure ligação direta a Guimarães.
O líder socialista recorda ainda que o Minho “já perdeu no passado várias linhas estratégicas, como Famalicão–Póvoa, Guimarães–Fafe ou Valença–Monção”, e alerta que “a região não se pode resignar a soluções de ocasião”. Para Ricardo Costa, a Alta Velocidade “deve ser transformada numa rede ferroviária integrada, não apenas por uma questão de transportes, mas como um desígnio estratégico para o futuro do Minho”.





