O evento, conduzido por Eliseu Sampaio, autor do prefácio de Sincelo, transformou-se num espetáculo multidisciplinar que juntou literatura, música, dança e artes plásticas, num ambiente de emoção e partilha.

A música esteve em destaque com a atuação da jovem cantora vimaranense Maria João Soares, de Carolina Ceia, natural de Portalegre mas residente em Guimarães, e de Mariana, pianista de 16 anos. Rita Ribeiro leu também poema escrito por si e que integra o livro de poesia. A dança surgiu através da Escola de Dança Flávia Portes, fundada em 2013, que trouxe ao palco um dos momentos mais emocionantes da tarde, uma performance com utentes da APCG aplaudida pelo público.

As artes visuais também marcaram presença, com uma obra criada especialmente para a ocasião pelos artistas plásticos Rui Viana, autor do posfácio do livro, e Nelson Xize. Já a oleira Maria Fernanda Braga subiu também ao palco para abordar a importância de preservar a tradição da Cantarinha dos Namorados, reforçando a ligação entre literatura e património cultural vimaranense.

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A apresentação assumiu igualmente um forte caráter solidário. A autora decidiu doar a totalidade da receita de bilheteira à Associação de Paralisia Cerebral de Guimarães (APCG) e à pequena Leonor. O gesto foi sublinhado pelo vice-presidente da APCG, Alberto Silva, que agradeceu a generosidade, e por Cláudia Esteves, assistente social da instituição, que disse que o donativo “representa muito mais do que um contributo financeiro, é um gesto que fará a diferença real na missão da nossa instituição e, sobretudo, na vida das várias centenas de utentes que encontraram na APCG uma resposta e um caminho de inclusão, dignidade e esperança.”

A sessão contou ainda com a presença do vereador da Cultura, Miguel Oliveira, e do presidente da Junta de Freguesia de Urgezes, Luís Abreu, que destacaram o talento vimaranense reunido em palco e felicitaram Marta Silva pela iniciativa solidária.

No final, a escritora não escondeu a emoção: “Este momento mostra um pouco do que Guimarães tem de melhor, em termos artísticos, mas também revela como a cultura pode ser útil e solidária.”