Bloco de Esquerda denuncia precariedade laboral em visita à ACT de Guimarães

O Bloco de Esquerda de Guimarães esteve na tarde desta segunda-feira,22 de setembro, na Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) para conhecer em detalhe a realidade laboral no concelho. Joaquim Teixeira, candidato do partido à Câmara Municipal, e Francisca Sousa, cabeça de lista à Assembleia Municipal, ouviram responsáveis da ACT e deixaram críticas às falhas da legislação na proteção dos trabalhadores.

© Bloco de Esquerda

Para Joaquim Teixeira, os casos recentes de encerramentos de empresas em Guimarães revelam um problema grave de precariedade e falta de proteção. “Tem sido bastante assíduo o encerramento e a interrupção da laboração, principalmente causando problemas aos trabalhadores por não pagarem os salários. Muitas vezes, as pessoas vão de férias na ignorância e, durante as férias, ficam a saber que a empresa encerrou. Não pagam, não os contactam, e isso é doloroso. É a vida deles que está em causa”, afirmou.

O candidato do Bloco considera que “a legislação não protege como deveria os direitos dos trabalhadores” e que falta capacidade de intervenção imediata por parte das autoridades. “Não se compreende que não haja legislação para uma intervenção rápida. Não se admite uma empresa que em julho entra de férias, não paga o subsídio de férias nem o salário, e depois encerra, deixando os trabalhadores sem resposta”, reforçou.

Questionado sobre o papel da autarquia nestas matérias, Teixeira reconheceu os limites legais, mas defendeu que a Câmara não deve ficar de fora: “Oficialmente, a Câmara Municipal não pode intervir diretamente, mas pode ter um papel importante junto da ACT, dos empresários e dos sindicatos. Pode dar apoio moral, pode ajudar a desbloquear processos burocráticos e pode facilitar o diálogo. Isso faz diferença.”

O candidato sublinhou que “um reforço da votação no Bloco de Esquerda será sempre um reforço da proteção dos trabalhadores, porque o Bloco tem estado sempre ao lado deles, seja na Câmara, na Assembleia, nas freguesias ou nas ruas”.

Já Francisca Sousa, candidata à Assembleia Municipal, centrou a sua intervenção na necessidade de mudar o paradigma laboral. “O Bloco de Esquerda sempre foi e sempre será um partido que age junto dos trabalhadores. Uma medida essencial é a semana de 35 horas de trabalho, que beneficiaria não só a saúde e a vida pessoal dos trabalhadores, mas também a produtividade das empresas. Seria um ganho para todos”, sublinhou.

A candidata à Assembleia Municipal alertou ainda para os riscos do modelo atual: “Vivemos num sistema em que as pessoas pensam que trabalhar mais lhes vai trazer mais dinheiro e uma vida melhor. Isso não é verdade. Trabalhar 35 horas significaria trabalhadores mais felizes e produtivos, e patrões também beneficiariam disso.”

Sobre a campanha eleitoral, Francisca Soares garantiu que o Bloco vai manter a proximidade às populações: “Temos uma agenda de ações pensada, vamos estar na rua, a distribuir material, a falar com as pessoas e, sobretudo, a ouvi-las.”

Com expectativas de reforçar a sua representação autárquica, a candidata concluiu: “Queremos manter o nosso lugar na Assembleia Municipal, mas também eleger um vereador e mais deputados municipais. Mais Bloco significa mais transportes, mais habitação, mais direitos dos trabalhadores e mais Guimarães.”

PUBLICIDADE
Arcol

NOTÍCIAS RELACIONADAS