O evento decorreu no Laboratório da Paisagem e reuniu representantes das autarquias, do setor social, empreendedores e parceiros estratégicos, num momento que pretende marcar o arranque de uma dinâmica colaborativa em toda a região.

Promovido pela associação Sol do Ave, o projeto conta com o apoio do programa Portugal Inovação Social e da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Ave, envolvendo os oito municípios que a compõem.

O objetivo é claro: criar um espaço de capacitação, incubação e aceleração de projetos inovadores com impacto social e ambiental positivo, apoiando organizações e cidadãos comprometidos em responder a desafios locais de forma diferenciadora.

“O início de uma caminhada conjunta”

Na sessão de abertura, Mafalda Cabral, administradora da Sol do Ave sublinhou a importância de envolver todos os municípios e parceiros na construção desta nova estrutura. “Isto é o início de uma caminhada, que tem de ser feita com todos e para todos. Hoje damos este primeiro passo em Guimarães, mas o projeto abre-se a todo o território do Ave. Queremos trabalhar de forma igual com os oito municípios, para criar coesão e fortalecer o desenvolvimento regional”, destacou a representante da associação.

O momento foi igualmente de agradecimento ao Laboratório da Paisagem, pelo acolhimento do evento, e à própria CIM do Ave, “investidor social que acreditou desde a primeira hora neste projeto e deu força para avançar”.

Um desejo antigo concretizado

Em nome da Comunidade Intermunicipal do Ave, Marta Coutada recordou que este projeto responde a uma ambição que já vinha sendo desenhada há quase uma década. “O dia de hoje marca a concretização de uma aspiração antiga. Desde 2014 que a CIM tinha identificado a necessidade de criar um centro de empreendedorismo de impacto, capaz de apoiar estudantes, empreendedores e instituições. Tínhamos projetos dispersos, mas faltava um espaço de encontro, partilha de ideias e apoio técnico. Hoje concretizamos esse desejo”, afirmou.

Sublinhando o espírito empreendedor e associativo característico da região, a representante da CIM mostrou-se convicta de que o Ave Social Hub poderá tornar-se “uma referência nacional em inovação social”, com o apoio dos municípios e do tecido local.

Inovação social como motor de desenvolvimento

A representante da Portugal Inovação Social, Sónia Files, destacou a relevância estratégica dos centros de empreendedorismo de impacto em diferentes regiões do país e felicitou o Ave por se juntar a esta rede nacional. “Este projeto é muito importante para equilibrar as oportunidades entre litoral e interior. A inovação social só se concretiza quando existe compromisso dos territórios. Aqui vemos um ecossistema que acredita e que está disponível para puxar uns pelos outros. É esse espírito que garante o sucesso”, sublinhou.

Para Sónia Files, iniciativas como o Ave Social Hub devem inspirar comunidades, escolas e empresários a compreenderem que o investimento social é também uma forma de devolver valor à sociedade.

Guimarães como cidade anfitriã

O município anfitrião foi representado por Paula Oliveira, vereadora da Ação Social. Na sua intervenção, valorizou a escolha de Guimarães e do Laboratório da Paisagem para o arranque do projeto, sublinhando a ligação entre a inovação e a sustentabilidade. “Guimarães orgulha-se de ser Capital Verde Europeia em 2026, fruto de um trabalho assente na inovação e na participação da comunidade. O Ave Social Hub encaixa nesta lógica: responde a desafios novos e antigos com soluções inovadoras e colaborativas. Este território é empreendedor e este projeto é uma mais-valia para todos”, afirmou.

A responsável deixou ainda um alerta para a questão da sustentabilidade financeira dos projetos sociais após o término dos fundos comunitários, apontando a necessidade de soluções que assegurem a continuidade de iniciativas bem-sucedidas.

“Um espaço para todos”

Ricardo Carvalho, gestor do Ave Social Hub, apresentou os primeiros passos do projeto. Num registo informal, agradeceu a todos os parceiros e destacou a diversidade de públicos envolvidos. “Este espaço é para todos. Temos aqui autarcas, empresários, instituições sociais, universidades e também jovens que querem fazer a diferença. O Hub é isso mesmo: um ponto de encontro para quem identifica problemas, procura soluções e quer gerar impacto positivo”, sublinhou.

O gestor recordou ainda que já estão a ser acompanhados projetos locais em áreas como o ambiente, a inclusão social e a educação, dando exemplos de empreendedores de impacto que aceitaram integrar esta nova dinâmica.