Programa autárquico do Chega quer provocar uma “ruptura com o socialismo”
A poucos dias do ato eleitoral, o Chega Guimarães apresentou o seu programa eleitoral para as eleições autárquicas de 2025, intitulado “Guimarães com Vida”, propondo uma alternativa ao que considera décadas de “conformismo socialista” no município. O partido pretende colocar os vimaranenses "no centro das decisões políticas e conduzir a cidade a um ciclo de dinamismo, modernidade e transparência", segundo o documento.

© Chega Guimarães
O Chega apresenta Nuno Vaz Monteiro como candidato à Câmara Municipal e André Almeida à liderança da Assembleia Municipal.
O programa estrutura-se em dez áreas principais, abordando desde mobilidade urbana a desenvolvimento económico, passando por segurança, habitação, educação, cultura e qualidade de vida. A mensagem central do Chega é a de uma cidade renovada e ativa, com soluções práticas para problemas históricos do concelho.
No programa, a mobilidade surge como prioridade. O partido defende a abolição das portagens nas ligações internas e na via entre Guimarães e Braga, bem como a criação de um novo nó da A11 em Brito. Outra proposta de relevo é a construção de uma Circular Externa em quatro fases ao longo de 15 anos, ligando zonas periféricas como Serzedelo, Caldelas, Vizela e São Torcato, com o objetivo de aliviar o trânsito no centro urbano.
O programa propõe ainda a implementação do “Vai-e-Vem”, um serviço gratuito de mini-bus elétricos que interligará pontos estratégicos da cidade, como o Multiusos, a estação de comboios, a Universidade do Minho e o Hospital Senhora da Oliveira. A meta é criar uma rede de transportes públicos “eficiente, sustentável e acessível a todos os cidadãos”, reduzindo a dependência do automóvel e as emissões poluentes.

© Chega
O Chega pretende “reforçar a identidade histórica e cultural de Guimarães”, propondo o regresso de eventos como o Rally de Guimarães, o mercado municipal no centro da cidade e as Festas Gualterianas junto à Igreja de S. Gualter, mantendo o simbolismo religioso e popular original. A programação cultural incluirá ainda iniciativas como “Guimarães Cidade Natal” e “Noite Branca”, eventos de grande escala para dinamizar o comércio local.
O Teatro Jordão será reforçado como polo cultural ativo, com “programação contínua e acessível”, demonstrando a intenção do partido de ver a cultura como motor de coesão social, desenvolvimento económico e afirmação da identidade vimaranense.
Na área do ensino, o Chega propõe um modelo educativo, entre as medidas estão a reconfiguração das CAF e AEC, a criação de bolsas de assistentes operacionais, a melhoria da alimentação escolar com confeção nas próprias escolas, e investimento em infraestruturas tecnológicas, incluindo Wi-Fi reforçado e quadros interativos.
O programa prevê também climatização e renovação de espaços escolares, desburocratização das funções docentes e revisão dos projetos promovidos pela autarquia, privilegiando a qualidade sobre a quantidade. A intenção é construir um sistema educativo eficiente, seguro e próximo das famílias.

© Chega
O Chega quer tornar o desporto acessível a todas as idades, requalificando infraestruturas desportivas em escolas e freguesias e criando programas como “Rumo ao Futuro – Desporto Jovem” e “Desporto +65”. O desporto será também promovido como fator turístico, com provas nacionais e internacionais.
No domínio ambiental, o partido propõe a criação do “Guimarães Alerta”, um canal direto para denúncias de lixo, degradação ou vandalismo, complementado por um plano municipal de limpeza contínua e fiscalização reforçada, com o objetivo de tornar a cidade mais limpa e ordenada.
O programa do Chega inclui medidas de reforço dos serviços de saúde, como apoio financeiro a crianças com doenças raras, refeições ao domicílio para idosos, expansão de creches e lares, requalificação das USF e criação de pontos digitais nas Juntas de Freguesia para marcações médicas.
Destaca-se ainda o projeto “Crescer Melhor”, de acompanhamento neonatal domiciliário por enfermeiras especializadas, sublinhando a aposta na saúde preventiva e na dignidade de todas as faixas etárias.
A segurança é descrita como prioridade absoluta, com propostas que incluem instalação de câmaras de vigilância em pontos estratégicos, reforço da presença policial nas ruas e zonas comerciais e melhoria das condições nas esquadras e quartéis. O Chega propõe uma “Guimarães segura”, com maior respeito pela autoridade e pela ordem pública.
Habitação: soluções rápidas e acessíveis
Para combater a escassez de habitação, o partido propõe a construção de pré-fabricados, criação do programa “Residência Jovem Vimaranense” para jovens entre 18 e 35 anos, habitação pública coletiva para profissionais essenciais e simplificação dos processos urbanísticos. O objetivo é garantir acesso rápido e justo a habitação digna.
O plano económico do Chega passa pela promoção do turismo, criação de novos parques industriais, incentivos fiscais a novas empresas, formação e reconversão profissional, e aposta em zonas industriais verdes com práticas sustentáveis e energias renováveis. A parceria com a Universidade do Minho é vista como estratégica para reter jovens e criar empregos qualificados.
Transparência municipal: combate ao nepotismo
A transparência é apresentada como pilar central do programa, com publicação de critérios de recrutamento e contratos municipais, relatórios anuais públicos sobre subsídios e apoios concedidos e criação de um Portal de Queixas para denúncias anónimas de corrupção ou má gestão, geridas por uma equipa independente.
O Chega encerra o programa com um apelo à mudança, prometendo governar com “seriedade, juventude e visão, devolvendo a Guimarães a honra e o prestígio que merece”. A promessa é de uma cidade forte, dinâmica, próspera e limpa, com gestão transparente e foco nas pessoas, sintetizada no lema “Guimarães com Vida”.