Guimarães revisita os 900 anos da investidura de D. Afonso Henriques

Guimarães está a assinalar um marco decisivo na história de Portugal com o Colóquio Internacional “Gestualidade Feudal, Nos 900 Anos da Investidura de D. Afonso Henriques (Zamora, 1125)”, que decorre esta sexta e sábado, 14 e 15 de novembro.

© CMG

O encontro reúne investigadores portugueses e espanhóis para revisitar as origens da monarquia e o imaginário medieval.

Na abertura, a vereadora da Cultura, Isabel Ferreira, lembrou que o evento acontece “num dos mais importantes lugares do pensamento, cultura e ciência de Guimarães”. Sublinhou que olhar para o gesto que inaugurou simbolicamente a carreira pública de D. Afonso Henriques é “um gesto de conhecimento coletivo”, que combina história, rigor académico e a curiosidade que marca a identidade cultural da cidade.

Promovido pelo Município de Guimarães e apoiado por várias instituições científicas, o colóquio integra as Comemorações dos 900 anos da Batalha de São Mamede (1128–2028). O objetivo: repensar o significado simbólico e político da investidura do jovem infante, realizada em Zamora no Pentecostes de 1125, um verdadeiro rito de passagem para quem viria a tornar-se figura central na formação de Portugal.

Para José Augusto Sottomayor-Pizarro, presidente do colóquio, o evento é uma oportunidade para aprofundar o conhecimento sobre o percurso inicial de Afonso Henriques. Recordou que a cerimónia de 1125 marcou a entrada do infante na vida pública e cimentou a sua legitimidade política, passos essenciais na narrativa fundadora da monarquia portuguesa.

Também Luís Carlos Amaral, coordenador da Comissão Científica das comemorações, destacou a importância de estudar a “gestualidade feudal” como prática ritual que ajudou a moldar a autoridade e o poder político do futuro rei.

O primeiro dia trouxe contribuições de Fernando López Alsina, José Carlos Ribeiro Miranda e Adelaide Miranda, que exploraram temas como o simbolismo das cerimónias de cavalaria, a teia política dos reinos peninsulares e as representações artísticas do “rei cavaleiro”. As intervenções abriram novas leituras sobre o século XII, cruzando política, cultura e imaginário medieval.

O programa continua este sábado com novas mesas temáticas dedicadas às expressões rituais e artísticas da Idade Média — das imagens de poder aos juramentos de vassalagem, passando pela dimensão performativa dos gestos que acompanharam o nascimento de Portugal.

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