A Câmara Municipal de Guimarães, aprovou por unanimidade, esta segunda-feira, a abertura de um novo concurso para a conclusão das obras do alojamento para estudantes no Avepark. Um procedimento anterior, lançado no início de outubro, ainda pelo executivo liderado por Domingos Bragança, não recebeu nenhuma proposta.

O concurso que agora foi aprovado acrescenta 20% aos sete milhões de euros que era o preço base do concurso anterior, agravando o preço final desta residência que já tinha um preço por cama muito elevado.

Não houve empreiteiros interessados no concurso lançado pela Câmara Municipal de Guimarães para a conclusão das obras da residência para estudantes no parque de ciência e tecnologia, em Barco, por sete milhões de euros. A obra parou, em maio, devido a dificuldades técnicas, mas também financeiras do Agrupamento Complementar de Empresas (ACE), constituído pelas construtoras Incons – Indústria Construção, SA e Lúcios da Silva Azevedo & Filhos, SA.

O anterior presidente da Câmara, Domingos Bragança fez um acordo com o ACE para revogar o contrato. O ex-presidente da Câmara afirmou que quis evitar a via contenciosa porque isso poderia colocar em causa o cumprimento das metas do Plano Recuperação e Resiliência (PRR). O atual presidente, Ricardo Araújo, reconhece que a necessidade de fazer este novo concurso compromete ainda mais a possibilidade de ter a residência terminada até ao final de julho de 2026, como estipula o PRR.

Ricardo Araújo herdou uma obra parada “Esta foi a situação que eu herdei: temos 60% da obra feita, dinheiro do PRR já investido e, agora, ou acabamos a empreitada, ainda que isso custe 10 milhões do orçamento do Município, ou ficamos com um edifício inacabado e temos que devolver as verbas do PRR”. O edil garante que tudo está a ser feito para que os prazos sejam cumpridos, mas reconhece que “há risco de termos que mandar dinheiro para trás”.

Preço por cama já era elevado, agora será ainda maior

A residência para estudantes no Avepark, inicialmente, tinha um custo estimado de 13,8 milhões de euros e recebeu um financiamento de 6,65 milhões de euros do PRR, dos quais 6,29 milhões já foram pagos. Tendo em conta o investimento previsto, cada uma das 177 camas do alojamento do Avepark teria um custo a rondar os 80 mil euros.

A título de exemplo, o Município de Braga está a construir um alojamento com a mesma finalidade, na antiga Fábrica Confiança, por 25,5 milhões de euros, com 750 camas, ou seja 34 mil euros por unidade. Entretanto, já se sabe que o custo da residência no parque de ciência e tecnologia, em Barco, vai ficar muito acima do inicialmente estimado, podendo aproximar-se dos 20 milhões de euros o que fará disparar o preço por cama.

Por Rui Dias.