Caminho da Geira e dos Arrieiros entra no mapa das grandes rotas culturais de Santiago
O anúncio foi feito pelo ministro da Cultura, Língua e Juventude, José López Campos, no final de uma reunião com representantes de municípios galegos. Segundo o governante, a nova classificação pretende distinguir percursos que, apesar de não reunirem todos os critérios formais para serem declarados Caminho de Santiago, “cumprem requisitos relevantes que justificam uma atenção especial por parte das administrações públicas”.

© Eliseu Sampaio / Mais Guimarães
López Campos explicou ainda que esta medida responde às solicitações de municípios, associações e entidades que, nos últimos anos, têm desenvolvido um intenso trabalho de investigação e documentação para valorizar rotas com forte identidade histórica, cultural e patrimonial. O objetivo passa por promover a cultura, o desenvolvimento sustentável e a coesão social, sobretudo em territórios mais vulneráveis do ponto de vista geográfico e social.
Além do Caminho Cultural da Geira e dos Arrieiros, a lista inicial inclui também os itinerários de São Rosendo (Santo Tirso), Minhoto Ribeiro (Braga), Muxía via Brandomil, Mariñán, Muros-Noia, do Mar e do Künig.
Pelo Caminho da Geira e dos Arrieiros, este ano, foram atribuídas 757 compostelas aos peregrinos, e estima-se que, ao longo dos últimos oito anos, tenha sido percorrido por 7.634 pessoas, das quais 3.176 obtiveram o documento oficial de chegada a Santiago de Compostela pelos meios tradicionais.
A nova categoria será formalizada através de um decreto que definirá medidas específicas de proteção, promoção e apoio, assegurando que estas rotas tenham prioridade no planeamento de programas culturais, na atribuição de subsídios e na criação de iniciativas de valorização.
Com 239 quilómetros, o Caminho da Geira começa na Sé de Braga, atravessa os municípios de Amares, Terras de Bouro e Melgaço, e entra na Galiza pela Portela do Homem. O percurso foi apresentado oficialmente em 2017, em Braga e Ribadavia, reconhecido pela Igreja em 2019 e referido em publicações do Eixo Atlântico e do Turismo do Porto e Norte de Portugal.
Este itinerário distingue-se por integrar patrimónios únicos, como a Geira, a via romana mais bem conservada do antigo Império Romano do Ocidente, e a Reserva da Biosfera Transfronteiriça Gerês-Xurés, sendo ainda um dos poucos caminhos que ligam diretamente à Catedral de Santiago de Compostela.





