ASSOCIAÇÃO DO COMÉRCIO TRADICIONAL DE GUIMARÃES QUER TRAZER DE VOLTA O MOVIMENTO ÀS RUAS
A Associação do Comércio Tradicional já conta com mais 40 associados.

rua gil vicente
Nasceu uma nova associação que tem como objetivo principal devolver o movimento ao comércio tradicional, das ruas da cidade-berço. A Associação do Comércio Tradicional já conta com mais 40 associados.

Rua Gil Vicente @Helena Oliveira
Em Guimarães, os comerciantes de rua têm-se vindo a queixar do estado atual do comércio tradicional. Para estes lojistas, e muitos deles no mesmo estabelecimento há décadas, as ruas da cidade-berço estão desertas, em comparação ao que era antigamente. Para pôr um fim a esta situação que parece não agradar a ninguém, foi criada a Associação do Comércio Tradicional de Guimarães.
Cristina Faria, da Casa Faria (fundada em 1961 e situada na rua de Santo António), é a presidente desta nova entidade. “A ideia surgiu porque a cidade de Guimarães está morta, e nós comerciantes temos que fazer alguma coisa para resolver este problema”, começou por explicar Cristina Faria. A presidente da nova associação referiu que o objetivo principal é “trazer de volta os vimaranenses à cidade, que estão de costas voltadas” para as lojas de rua. Cristina Faria relembra que “era impensável” há uns anos, nas ruas principais, passar meia hora sem se ver uma pessoa ou um carro. E o que era impensável, passou a ser a rotina. “As ruas estão completamente desertas. Mesmo durante a noite, há muito menos gente na rua. As pessoas habituaram-se a sair de trabalhar, ir para os shoppings e voltar para casa. Ao fim-de-semana, vão para o Porto ou para Braga, e perderam o hábito de passear em Guimarães”, apontou a presidente da ACTG.
Na visão desta nova associação, o escasso estacionamento no centro da cidade também é um problema. Contudo, defendem que o que falta é trazer animação para as ruas, para que se quebre a falta de movimento constante. “Se houver festa ou algum acontecimento na cidade, as pessoas estacionam o carro longe e vêm na mesma. Portanto, penso que seja uma questão de hábito, basta as pessoas se habituarem a pôr o carro num sítio mais deslocado e vir a pé, porque nas outras cidades fazem o mesmo”, explicou.
A ACTG está a criar uma plataforma online com todos os associados e pretendem ter “a maior loja do país”. Estão ainda a criar uma aplicação em conjunto com a Associação da Restauração, também criada recentemente, para fazer um portal com todos os estabelecimentos da cidade. Cristina Faria avançou que a ACTG vai realizar diversas iniciativas, de cariz cultural, e tornar esta prática num hábito.
A nova associação engloba todas as ruas principais da cidade, fazendo assim parte dos membros da direção comerciantes da rua de Santo António, rua Gil Vicente, rua Paio Galvão, Alameda e centro-histórico. “Cada zona tem os seus problemas, e os membros da direção, como comerciantes dessa própria zona, podem identificá-los melhor que ninguém”, esclareceu a presidente.
No próximo mês, a ACTG vai reunir com a Câmara Municipal e Cristina Faria garante que a autarquia “está muito recetiva às propostas que possam beneficiar a cidade”.