ENCAIXOTAR OS ADEPTOS DE FUTEBOL
Já agora, como explicamos uma coisa destas aos nossos filhos?
Por Eliseu Sampaio.
Os clubes das I e II ligas de futebol, em reunião realizada em maio de 2018, decidiram pela obrigatoriedade de todos os estádios da I Liga terem uma caixa de segurança, uma solução já adotada à altura nos estádios do Dragão, Alvalade e Luz, sendo esta uma zona especial de proteção para albergar os adeptos visitantes. Os recintos com capacidade inferior a 35 mil lugares, como é o caso do Estádio D. Afonso Henriques ou o Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas, reduto do Moreirense, tinham dois anos para implementar esta medida.
Tudo aponta para que, no final desta época, estes estádios adotem também esta solução de segurança para os adeptos. Para quem ainda vê o futebol como uma atividade desportiva, um fenómeno apaixonante, esta é uma opção que nos entristece e devia envergonhar os responsáveis pela manutenção da segurança, nos estádios e no país. Há alternativas que não foram ainda devidamente colocadas em prática, como a identificação dos autores de atos de vandalismo ou de violência, com a consequente criminalização dos atos e o impedimento do acesso a recintos desportivos, ou os jogos à porta fechada dos clubes cujos adeptos constantemente originem distúrbios.
Encaixotar os adeptos como forma de manter a segurança nos estádios devia ser a última das opções. É passada, inconscientemente, a mais errada das mensagens: De que não é possível controlar minimamente os adeptos e, por esse facto, enjaulá-los é a única e a derradeira solução! É uma opção animalesca e irracional.
Já agora, como explicamos uma coisa destas aos nossos filhos?
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