Testemunho de uma vimaranense recuperada: a covid-19 marca “para toda a vida”
Uma vimaranense que foi infetada pelo novo coronavírus, entretanto recuperada, deu o seu testemunho no último Consultório Aberto.
![barracovidrec](https://maisguimaraes.pt/wp-content/uploads/2020/05/barracovidrec-672x353.jpg)
No último “Consultório Aberto”, o programa semanal do Mais Guimarães moderado por Eliseu Sampaio, diretor deste grupo de comunicação, e com a participação da psicóloga Emanuela Lopes, uma vimaranense que foi infetada pelo novo coronavírus deu o seu testemunho, preferindo não ser identificada.
Quando questionada acerca do seu estado de espírito após a recuperação de uma doença que assola o globo, a vimaranense revelou sentir-se cansada e feliz: “Estou cansada depois de tudo o que passei, mas feliz por estar com as pessoas que mais gosto.” Depois de quatro semanas internada e de um período de isolamento na sua residência, a entrevistada não sabe ainda explicar o que sentiu quando soube que o resultado do seu teste era positivo. “Foi uma sensação horrível. É como o teto da minha casa desabar”, recordou. Por isso, tudo a preocupava — desde a sua saúde (já que também é doente crónica), ao facto de desconhecer, naquela altura, se o marido e a filha e outros familiares estariam infetados.
Não estavam, mas o marido também sentiu, de forma indireta, as consequências da doença. “Foram momentos difíceis. Há uns meses, nunca pensaríamos em passar por esta situação. Vivemos um dia de cada vez”, disse. Durante o tempo em que esteve internada no Hospital da Senhora da Oliveira, em Guimarães, a vimaranense diz ter sido “bem recebida, e bem tratada”. “Foram todos incríveis”, acrescentou. Ainda assim, reconhece que este é um momento que ficará “marcado para a vida toda”.
Agora, diz ter “receio” de ser “apontada como aquela pessoa que foi contagiada pela covid-19”. Ainda não saiu à rua, mas vai vendo os dias desenrolarem-se através da varanda — e diz que, agora, uma semana passa mais rápido “do que um dia no hospital”. Por lá, ocupava o seu tempo “com chamadas atrás de chamadas para as amigas” que nunca a deixaram “estar só”. No regresso a casa, deu o primeiro abraço no espaço de um mês à filha. O momento vai marcar a família “para o resto da vida”, diz o marido. E ele também ajuda a resumir este período: “Ela foi uma lutadora.” Depois de três testes negativos, a vimaranense entrevistada venceu a luta.
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