“Todos os caminhos vão dar à ponte quando o rio não tem nenhuma”
Por César Machado.
Por César Machado.
Todos os caminhos vão dar à ponte quando o rio não tem nenhuma
(Fernando Pessoa)
Se o rumo seguido é vazio de soluções o caminho tem sido para lado nenhum. Não que não existam soluções, elas estão lá, entre nós. Fazem parte do caminho feito. Mas não estão indicadas, nem escolhidas, nem trabalhadas. Não estão à vista.
Há caminho feito no vazio, e cheio do que são feitos os vazios – de nada. Assim, é a ela, “à ponte”, que todos os caminhos vão dar. Porque mesmo no vazio do caminho é forçoso que haja uma ponte.
Encontrando-se nele, no caminho, a ponte não tem estado à vista, como fora da vista se encontram as soluções. E à míngua de soluções, temos um caminho sem que dele saibamos o seu curso. Muito menos o modo de o fazer.
O caminho surge como um ‘não caminho”. Por isso mesmo, um caminho que vai dar à ponte porque o rio não tem nenhuma.
Para alcançar essa ponte e dar sentido ao caminho, temos de ter a ousadia de o pensar, a inteligência de o definir e a diligência de o construir.
Pensá-lo, impõe a necessidade de “ver” o lugar todo, todos os lugares de que é feito e do que é feito cada lugar, nisto se podendo compreender o todo e as partes que o compõem.
Defini-lo, traduz-se em apontar-lhe o início e o fim, nele incluindo tudo o que tem de essencial e nada de essencial deixando de fora.
Construí-lo, com o que nos define, permite escolher direcções, eleger áreas a intervir, traçar linhas de força, criar um plano programático.
Com o nosso caminho pensado, definido e construído, criado um plano programático, teremos um projecto. E com ele uma via apontada para o futuro. Mesmo porque, não se pode querer um futuro sem se conhecer bem a realidade de que se parte. O que temos; o que nos falta; como obter meios; que rumo seguir; como fazer caminho.
Sem termos e conhecermos o projecto e o futuro, nunca os outros poderão ver-se com eles “confrontados”. Nunca saberão o que valemos nem do que somos capazes.
Nunca nos valorizarão nem atribuirão o respeito, a importância e a representatividade que nos são devidos.
Quem não aparece desparece! Só dança na roda quem faz parte da roda. Nós desaparecemos, estamos fora da roda.
Sem a representatividade que merecemos, continuaremos privados de concorrer para as decisões que nos importam. Seguiremos excluídos de condicionar as opções de que dependerá a concretização de todos os projectos. Incluindo o nosso.
Ausentes nos momentos de decisão, não estamos lá, quando e onde as opção são tomadas. As que importam aos outros, e as que a nós respeitam.
Por isso outros decidem por nós o que a nós interessa. E a eles também.
Se não nos valorizam nem respeitam, é, sobretudo, porque não temos feito o necessário para nos fazermos respeitar. É a nós que temos de pedir contas.
É isto que vem sucedendo no percurso feito na importante região que corresponde à Federação Distrital de Braga do Partido Socialista.
Impõe-se mudar isto.
Há agora uma ponte e essa ponte é protagonizada pela candidatura de Ricardo Costa.
Mais que uma proposta para a Distrital de Braga do Partido Socialista, ela representa um programa de futuro para a região a que respeita, e para todos os que a integram.
Como não há memória, o resultado destas eleições é aguardado com visível expectativa e esperança, mesmo fora das fronteiras do Partido Socialista, por muitos perceberam quanto é necessário um caminho definido, um projecto de futuro, uma representatividade ao nível da nossa importância – uma equipa capaz liderada por uma voz respeitada.
No próximo dia 18 de Julho, o Partido Socialista da Federação Distrital de Braga saberá responder a essa aspiração que também vem muito de fora do partido, emerge da sociedade, em geral.
Dentro, já essa vontade foi percebida. Há muito.
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