Vizelpas pretende instalar nova unidade industrial em Guimarães
Trata-se de um investimento de 42,5 milhões de euros.
![barra_vizelplast_gandarela](https://maisguimaraes.pt/wp-content/uploads/2020/10/barra_vizelplast_gandarela-672x353.jpg)
A empresa fundada em 1996, tem a sua sede e unidade de produção em Vilarinho, no concelho vizinho de Santo Tirso, veio agora solicitar à Câmara Municipal de Guimarães uma certidão de interesse público municipal para o projeto de instalar uma nova unidade de produção na freguesia de Gandarela.
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A certidão de Interesse Público Municipal serve à empresa para ultrapassar a limitação de os terrenos onde pretende instalar-se serem, parcialmente, classificados como Reserva Agrícola Nacional (RAN). Segundo o artigo 25º do DL nº 199/2015, “podem ser autorizadas, a título excecional, utilizações não agrícolas de áreas integradas na RAN para a realização de ações de relevante interesse público que sejam reconhecidas como tal por despacho dos membros do Governo responsáveis pela área do desenvolvimento rural e demais áreas envolvidas em razão da matéria, desde que não se possam realizar de forma adequada em áreas não integradas na RAN.”
Depois de aprovado o Interesse Público, pelo Executivo Camarário e pela Assembleia Municipal, a empresa deve dirigir um requerimento, juntado este e outros documentos, através Direção Regional de Agricultura e Pescas, à Ministra da Agricultura e do Mar.
A proposta da Vizelpas prevê a instalação de uma fábrica destinada a produzir embalagens flexíveis para a industria alimentar. Os dois edifícios previstos no projeto, um para serviços administrativos e a unidade de produção, ficarão implantados num terreno com quase 50 mil metros quadrados. O projeto contempla duas entradas de viaturas, uma para acesso ao edifício administrativo, pela rua Padre António Pereira e outro, para viaturas pesadas, para acesso a um cais de carga, através da rua da Igreja Nova. O terreno confronta no extremo oposto com uma linha de água. A Vizelpas compromete-se a ceder de uma porção do terreno, não quantificada, à União das Juntas de Freguesia de Conde e Gandarela.
No parecer urbanístico refere-se “que a proposta deve salvaguardar a distância regulamentar à linha de água existente”. Contudo, o parecer é globalmente favorável: “julga-se que apesar de a pretensão se enquadrar numa área central da freguesia a natureza mesclada do território envolvente, variando entre áreas de natureza industrial e habitacional, permite a existência d um contexto adaptado à função proposta”.
“A empresa vai ter muito interesse, porque solo agrícola não se compra ao mesmo preço. Em condições normais o projeto não seria aprovado”
Na Reunião de Câmara em que a proposta foi votada e aprovada por unanimidade, o vereador do CDS, Monteiro de Castro, não deixou de referir que estes terrenos agrícolas são adquiridos por preços muito inferiores e que a emissão da certidão de Interesse Público Municipal resulta, desde logo, numa enorme mais valia para a empresa. Monteiro de Castro parte desta premissa para recomendar à Câmara Municipal de Guimarães que exija a mudança da sede da empresa para o concelho. “A empresa vai ter muito interesse, porque solo agrícola não se compra ao mesmo preço. Em condições normais o projeto não seria aprovado”, afirmou o vereador do CDS.
A empresa justifica a localização por não haver terrenos com as características necessárias na proximidade das atuais instalações e depois de uma “pesquisa exaustiva”, em que se concluiu que Gandarela teria as melhores vias de comunicação, disponibilidade de mão de obra e proximidade de instituições de ensino superior. Ao que parece, não tendo encontrado estes requisitos em nenhum parque industrial do concelho.
Monteiro de Castro salvaguardou, todavia, que este é o “tipo de investimento que nos interessa captar”. Justificando dessa forma o voto favorável dos vereadores da oposição.
Domingos Bragança retorquiu lembrando que “temos muitas empresas que, tendo sede em Guimarães, têm o grosso da sua atividade fora do concelho”. No requerimento à Câmara, a Vizelpas enuncia como possibilidade a mudança da sede para Guimarães, uma vez que o grosso da sua atividade passará para este concelho, sem, no entanto, se comprometer.
O investimento de 42,5 milhões de euros, recorrendo a empréstimos bancários, fundos europeus (Portugal 2020) e 3,8 milhões de capitais próprios, pretende aumentar a capacidade de exportação da empresa. Mediante a análise de viabilidade económica, feita pelos serviços do Município, “o projeto afigura-se como viável e “estão reunidas as condições para a emissão de Interesse Público Municipal”.
Se vier a conseguir a aprovação do governo, a Vizelpas fará nascer, no centro da freguesia de Gandarela, uma fábrica que se caraterizará por um edifício com uma incomum cobertura vegetal.
A Vizelpast teve um volume de vendas, em 2019, de 33 milhões de euros e pretende, com este investimento, atingir os 120 milhões, em 2027. A empresa já exporta 55% da sua produção e pretende com este reforço da capacidade de produção alcançar os 90%.
O projeto deverá ser implementado entre 2021 e 2026 e contempla a contratação de 160 funcionários, 20 dos quais com formação superior.
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