Recordar… o Vitória #72
Por Vasco André Rodrigues.

alex
Por Vasco André Rodrigues, Advogado e fundador do projeto ‘Economia do Golo’Erguer o maior troféu alguma vez conquistado na história de um clube, tendo entrado nele menino e sempre o tendo amado!
Essa poderia ser a sinopse do Domingos Alexandre Martins da Costa, que para o mundo do futebol ficou conhecido como Alex e que estará sempre ligado à história vitoriana como o capitão que ergueu o troféu da Taça de Portugal, naquele inesquecível 26 de Maio de 2013, dia da “mais bela tarde vitoriana” que a história já experimentou.
Natural de Guimarães, entraria no Vitória criaça… o complexo seria a sua casa, fazendo aí todo o trajecto de formação. Teria a sua primeira recompensa, quando Quinito, sendo ele já júnior, o chamou para um jogo treino frente ao Rio Ave. Era o culminar de um sonho, ou, talvez, o encetar de uma bela história…o futuro encarregar-se-ia de responder.
Não encontraria nos Conquistadores porta de entrada imediata. Partiria para Fafe, com mais jovens, colegas seus, para dar corpo ao projecto de Manuel Machado em lapidar atletas vitorianos, ainda não preparados para actuar de Rei ao peito. Tornar-se-ia imprescindível, mas ao invés de regressar ao clube do coração… rumaria ao Moreirense, para ajudar na cavalgada épica de duas subidas de divisão consecutivas até atingir o topo da Primeira Liga, sendo que só participou na promoção ao escalão maior.
Porém, aí chegado, atendendo à necessidade dos Cónegos contarem com atletas com maior experiência esteve em vias de ser emprestado a outro emblema. Contudo, a lesão do habitual titular Primo, levaria a que se tornasse aposta a lateral direito; ele que gostava de jogar em terrenos mais avançados e cheirar o golo!
Seria uma das surpresas da temporada pelo seu espírito dinâmico e combativo, pela disponibilidade de fazer a ala…a ponto de desencadear o interesse do Benfica, por quem assinou!
Aí, após uma temporada onde não se afirmou cumpriria o sonho de menino…jogar no Vitória. Corria a temporada 2004/05 e seria emprestado para actuar nos Branquinhos, sob liderança de quem o houvera lançado para a ribalta: Manuel Machado.
Assim, naquele dia 29 de Agosto de 2004, (coincidência das coincidências) em Moreira de Cónegos, cumpria o seu sonho de jogar de branco. Seria uma temporada plena para o jogador, determinante no esquema gizado pelo técnico e autor de golos como o bis na Madeira, frente ao Marítimo que era um concorrente directo a um lugar europeu, ou o tento no estádio dos Arcos frente ao Rio Ave, determinantes para a festa desencadeada com a vitória frente ao Boavista, na penúltima jornada da Liga, e sinónimo de apuramento europeu.
Com tamanha relevância regressaria ao Benfica, para se tornar internacional A… e ser vendido imediatamente para a Alemanha, para o emergente Wolfsburg.
Apesar de ter estado cinco temporadas na cidade da Volkswagen, só seria aposta na primeira, ao realizar dezassete desafios. Depois disso, deixaria de ser tido em consideração, até acabar a treinar na equipa B… um destino estranho para quem fora aposta tão declarada.
Sem jogar, urgia mudar a carreira de rumo…regressar a casa! Voltaria ao Vitória, como reforço de peso da temporada de 2009/10, com Nelo Vingada ao leme. Estreando-se na derrota caseira por uma bola a zero frente ao Benfica, na segunda jornada da competição, assumiria papel de relevo no onze da equipa. Sê-lo-ia com Vingada, sê-lo-ia com Paulo Sérgio que o substituiria a meio da competição.
Aliás, Alex tornar-se-ia uma peça determinante nas temporadas vindouras, chegando mesmo a envergar a braçadeira de capitão dos Branquinhos. Mais experiente e menos veloz, procurava cobrir o lado direito da defesa com inteligência e mestria, não descurando a hipótese de chegar á linha de fundo para assistir os colegas.
Continuaria a ser peça determinante na temporada 2010/11, ano que significou o regresso vitoriano às competições europeias, bem como o regresso ao Jamor para disputar uma final de Taça de Portugal.
A época 2011/12 terá sido das mais atribuladas da história vitoriana. A imensa instabilidade financeira conducente à demissão da direcção de Emílio Macedo da Silva, levaram a um ano sofrido, que teve à terceira jornada a mudança de timoneiro. Saía Manuel Machado e entrava Rui Vitória que olhou para o jogador como braço direito.
Seria importante nesse ano, mas seria muito mais no seguinte quando, fruto das necessidades da direcção presidida por Júlio Mendes apertar o cinto, aceitaria ficar no clube para integrar os mais jovens. Tendo perdido o lugar a meio da temporada para o jovem Kanu, não deixaria de ser uma voz de incentivo e de integração para os mais novos. Não obstante isso, mereceria com Leonel Olímpio a honra de levantar o maior troféu da história do clube em 98 anos, num momento que todos os vitorianos recordarão.
Imediatamente, decidiria terminar a carreira, para encetar a de treinador. Tal acabaria, depois de passagens pelo Felgueiras e pelo Académico de Viseu, por fazer com que regressasse a casa, para orientar a equipa B do Vitória. Seria substituído a meio da temporada passada por Bino, depois de, com ela, ter sido despromovido ao Campeonato de Portugal.
Actualmente, é adjunto de Jaime Pacheco nos egípcios do Zamalek, contudo sempre vivendo a actualidade vitoriana…há coisas que nascem connosco!





