Recordar… o Vitória #86

Por Vasco André Rodrigues.

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Por Vasco André Rodrigues, Advogado e fundador do projeto ‘Economia do Golo’Como já aqui aludimos, Daniel desempenhou um papel importante na história do Vitória da década de 60 do século passado.

Na verdade, um dos homens que por mais tempo vestiu a camisola branca do Rei, seria, fruto do inexorável decurso do tempo, substituído na lateral direita por um jovem vimaranense que se afirmaria de modo inelutável e meteórico no clube.

Falamos de Gualter, que, nascido em 1945, entraria menino nos escalões de formação vitorianos, para cumprir o sonho de todo e qualquer menino vimaranenese apaixonado por futebol: chegar aos séniores do Vitória.

Consegui-lo-ia na época de 1964/65, ainda que, nesse ano, a sua participação na equipa principal não tenha tido a relevância de anos seguintes. Assim, pela mão do treinador argentino, José Valle, estrear-se-ia num teste de fogo, frente ao Benfica, no estádio da Luz. Estávamos a 10 de Janeiro de 1965 e, apesar, da derrota por quatro bolas a zero dos Conquistadores, muito por culpa de um hat-trick de Eusébio, a verdade é que o jovem deu boa conta de si… a ponto de ser considerado uma verdadeira alternativa para o futuro!

Por essa razão, começaria a assumir a titularidade… faria 11 jogos até ao final desse campeonato, demonstrando boas qualidades defensivas e uma interpretação do jogo que o levava a aventurar-se em territórios ofensivos para apoiar os elementos mais ofensivos da equipa.

Ganharia o lugar na temporada seguinte. A lateral direita passaria a ser sua! Seria, aliás, uma das revelações da equipa que faria campeonato de excepção na temporada de 1965/66. Sob o comando do francês Jean Luciano, os Branquinhos foram quase históricos. Na verdade, conseguiriam classificar-se no quarto posto da tabela, a um ponto do terceiro lugar ocupado pelo FC Porto. Porém, fruto dos desígnios da Taça de Portugal, numa altura em que, apenas, se classificavam quatro equipas para as competições europeias, tal posto seria ocupado pelo homónimo sadino. Contudo, a verdade é que Gualter conseguiria actuar em 24 desafios, assumir uma titularidade inelutável e demonstrar que, apesar da juventude, o seu talento podê-lo-ia levar muito longe.

A época seguinte, a de 1966/67 veria Gualter disputar 21 jogos. Jogaria menos fruto de algumas lesões, mas sempre com a mesma regularidade e qualidade, ainda que colectivamente a equipa não tivesse alcançado a excelência do ano anterior. Classificar-se-ia no sexto posto e voltaria a ficar de fora do sonho europeu.

O ano seguinte seria a que o lateral menos representaria os Branquinhos. Foram, apenas, 19 desafios, em mais um sexto posto e, praticamente, a história repetida do anterior ano.

Até que chegamos ao ano de 1968/69. Uma das grandes temporadas da história do futebol vitoriano. Aquela temporada em que os Conquistadores alcançaram pela primeira vez na sua história o terceiro lugar e conseguiram a classificação para as provas europeias, sob o comando do brasileiro Jorge Vieira.

Gualter, esse, explodiria. Dominaria o lado direito da defesa vitoriana. Projectaria ataques daquela zona do campo. Aliás, marcaria o seu único golo pelo emblema do Rei nos 101 jogos por si disputados. Sucedeu, contra, o Belenenses, num triunfo por dois golos sem resposta, sendo o outro tento apontado por Peres.

No final da época partiria rumo ao FC Porto, numa das boas transferências efectuadas pelo Vitória na década de 60.
Acabaria a carreira no Lixa em 1977/78, voltando à sua Guimarães natal. Faleceria em 2015, com um lugar na história dos melhores laterais e dos melhores produtos alguma vez produzidos na cantera do clube.

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