Guimarães “a ver o comboio passar”, afirma Bruno Fernandes

Bruno Fernandes mostra-se preocupado pela referência ao metrobus de Guimarães para Braga ter desaparecido.

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Na reunião de Câmara, realizada esta segunda-feira, dia 22, por videoconferência, Bruno Fernandes e André Coelho Lima, vereadores sociais-democratas manifestaram preocupação por não surgirem referências à ligação Guimarães-Braga por metro de superfície no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que o Governo colocou em consulta pública, e também pelo Grupo Barraqueiro ter manifestado intenção de reforçar a sua presença na ferrovia, e não ter demonstrado interesse pela ligação a Guimarães.




Segundo Bruno Fernandes, na consulta ao PRR, não há qualquer intervenção prevista no território vimaranense para além da via de ligação ao Avepark, um projeto de 2017.

Para o vereador “O município não se preparou para este plano. Claro que o plano surgiu por causa da pandemia, mas estava em curso a preparação para um novo quadro comunitário. Guimarães fica de fora porque não fez o trabalho de casa. Está a ver passar o comboio”. Concluiu.

Bruno Fernandes mostra-se preocupado pela referência ao metrobus de Guimarães para Braga ter desaparecido. “Agora os 200 milhões de euros referem-se ao transporte coletivo de cidades médias”. Para o social-democrata, “já houve mais do que tempo para fazer a articulação com Braga”.  

André Coelho Lima, também no período antes da ordem do dia, mencionou o interesse da Barraqueiro, grupo privado, em investir na ferrovia, através da B-Rail – Mobilidade Ferroviária.

Segundo o vereador, a Barraqueiro pretende investir nas ligações de Braga até Faro, mas o plano não inclui a ligação a Guimarães, quando a cidade também é servida por Alfa Pendular. “Guimarães passa ao lado desta operação”. Diz André Coelho Lima, acrescentando ainda que estas notícias “dão conta de uma interiorização de Guimarães”.

Guimarães quer ser o Portal de Entrada para o litoral do país e linha de alta velocidade, diz Domingos Bragança

Na resposta às questões levantadas pela oposição sobre mobilidade, Domingos Bragança referiu que dois grandes objetivos da Agenda de Mobilidade para Guimarães, para além da descarbonização, sustentabilidade e coesão territorial, são a ligação do sistema urbano do Concelho ao sistema de transportes de Braga, através de um sistema de linha ferroviária dedicada (Tramway), e a consequente ligação à futura Estação Ferroviária de Alta Velocidade, que deverá ficar instalada num local dentro da área compreendida entre Famalicão-Braga-Barcelos.

No interior do concelho, na ligação às Vilas, o meio a utilizar será o MetroBus, que circulará sempre que possível através de via dedicada.

“Estes projetos, que são estruturantes e ambiciosos, não se fazem de um dia para o outro, como muitos querem fazer crer. Só quem não está por dentro de todas as questões relacionadas com os financiamentos é que pode pensar dessa forma. Primeiro necessitamos de bons estudos técnicos, depois de debate público, para que posteriormente se possa elaborar o projeto. Até 2024, este é o nosso caminho. Depois, estaremos em condições para vermos financiada a execução da obra através do Programa Operacional Europeu 2030. Estimamos que só para a parte que diz respeito a Guimarães sejam necessários cerca de 300 milhões de euros, o que representará um esforço de cerca de 60 milhões da contrapartida nacional que temos condições de repartir por cerca de 10 anos, num esforço anual que corresponderá a cerca de 6 milhões de euros. Nós vamos conseguir, disso não tenho dúvida”, frisou Domingos Bragança.

O Edil disse ainda que tem como objetivo fazer com que Guimarães se venha a constituir, para as regiões do interior norte do país, como um “Portal de entrada para o litoral e para a linha de alta velocidade”, apelando ainda para que os deputados de Guimarães na Assembleia da República se batam pelo desenvolvimento do Concelho, fazendo ouvir a sua voz”.

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