HÁ ANDAR E ANDAR, HÁ IR E VOLTAR

ANA AMÉLIA GUIMARÃES Professora

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por ANA AMÉLIA GUIMARÃES
Professora

  1. Os atropelamentos de peões são um problema nacional a que o concelho de Guimarães não tem sido poupado. No espaço de um mês 5 atropelamentos, dois mortais.

A incúria dos automobilistas não explica tudo. Razões físicas, materiais, de mau planeamento urbano e displicência na concepção de acessibilidades devem também ser apontadas, discutidas e resolvidas.

Quatro dos atropelamentos aconteceram fora da cidade (Fermentões, Silvares, Nespereira e Mesão Frio). Em comum está o facto de terem ocorrido em estradas-ruas sem passeios e sem as necessárias providências para a circulação em segurança dos peões.

  1. O ordenamento do concelho é tão desordenado que muitos dos que vivem numa zona rural ou mista não podem usufruir das vantagens do campo no que diz respeito ao usufruto em segurança do espaço público. Mas este “deixa-fazer-deixa-andar” também se faz sentir, desgraçadamente, na própria cidade.

Há anos, na vereação, falou-se, dos acessos entre a fábrica Campeão Português e a R. Dr. José Sampaio, isto é, a rua que liga a Pousada de Sta Marinha da Costa, o Parque da Cidade, a escola João de Meira, a escola EB1 Oliveira do Castelo, a CERCIGUI, a fábrica Campeão Português ao centro-centro da cidade. Este percurso, por onde passam semanalmente centenas de peões, não oferece o mínimo de segurança a quem o utiliza. É um perigo. Um perigo a céu aberto no miolo da cidade.

Na altura a Câmara disse, com sobranceria, desvalorizando, que esse era um problema de Junta de Freguesia… Será esta a sensibilidade que a Câmara tem para com as questões dos acessos e da segurança dos peões e das pessoas com mobilidade reduzida temporária ou permanente?

A autarquia descobriu, com 20 anos de atraso, os benefícios da promoção do uso da bicicleta. Talvez seja tempo de se preocupar também com a segurança e a liberdade de circular dos seus peões.

  1. Quantas vezes vemos cidadãos em cadeiras de rodas a deslocarem-se na estrada, pois não têm espaço para circular nos passeios, quando os há? Guimarães não tem um único autocarro adaptado. As pessoas que usam cadeira de rodas são obrigadas a ficar em casa.
  2. Quando se fez a rotunda de Silvares falava-se num túnel. Nunca foi construído. Agora fala-se pela enésima vez da ligação da rotunda de Mouril à variante de Creixomil. Há quantos anos estamos reféns de intervenções, de remendos a conta-gotas? É uma opção política que se paga muito caro, como vemos.
  3. A propósito da poluição do rio Ave, e da ligação de águas pluviais aos sistemas de drenagem de águas residuais no concelho de Guimarães, sugiro a visualização do episódio 11 do Biosfera: http://www.rtp.pt/play/p1995/e215441/biosfera

A intervenção da Câmara, através do seu Vice-Presidente, é no mínimo desabusada. O senhor Vice fala como se o PS não estivesse em maioria absoluta no executivo camarário há 26 anos e não houvesse qualquer responsabilidade por parte dos seus executivos anteriores.

  1. Aconselho vivamente a exposição de Margarita del Carmen – CANTO, ILHAS E CENAS no espaço «O sol aceita a pele para ficar», gerido pelo artista Max Fernandes, na Rua da Caldeiroa (Travessa da Madroa) – Guimarães, até 20 de dezembro. Algo de verdadeiramente novo e soberano está a nascer naquele espaço.

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