Por Eliseu Sampaio,
Diretor do grupo Mais GuimarãesA seleção feminina de futebol conseguiu, em fevereiro, um apuramento histórico para o Campeonato do Mundo 2023, a disputar entre julho e agosto na Nova Zelândia e na Austrália.

Vanessa Marques, de Caldas das Taipas, tem sido uma presença assídua nas convocatórias da seleção e faz capa na edição deste mês da Mais Guimarães.

Num mundo demasiado masculino ainda, no relvado e fora dele, o trabalho que tem sido feito pelas atletas lusas, mas também pelos clubes e associações espalhados pelo país, merece o nosso destaque e também o nosso aplauso. Nesta área, como infelizmente em tantas outras, apesar de alguma evolução positiva, mas lenta, é necessário fazer caminho para que o mérito seja mais valorizado do que o sexo.

Continuam a surgir bons sinais, como aconteceu em Guimarães já neste mês de abril. Tendo passado por aqui a preparação para a fase final do campeonato do Mundo, e a nossa seleção defrontado no D. Afonso Henriques as formações do Japão e País de Gales, aqui foram batidos recordes de assistência mesmo tratando-se de jogos de preparação.

A cidade-berço foi uma ótima anfitriã e, na soma dos dois encontros, mais de 20 mil aplaudiram as seleção lusa. Na bancada, homens e mulheres, jovens e menos jovens, vibraram com a seleção nacional. Para muitos, foi o primeiro encontro com esta (nova) realidade. E foi bonito!

Percorrendo outros palcos, nesta edição entrevistamos também Victor Hugo Pontes, um enorme bailarino vimaranense. Num universo maioritariamente feminino, Victor reflete sobre “essa ideia muito pré concebida do que é que é para rapaz e o que é que é para menina, que cada vez mais faz menos sentido, seja no vestuário, seja nas profissões, seja nos desportos”.

Valha-nos os que têm a coragem de enfrentar estigmas, abrir caminhos e procurar, em liberdade, serem felizes, o propósito maior.