A “História Secreta” de Amália é apresentada sexta-feira em Guimarães

A investigação do jornalista Miguel Carvalho, autor de “Quando Portugal Ardeu”, “A Última Criada de Salazar” ou “Álvaro Cunhal – íntimo e pessoal”, revela-nos a imagem de Amália Rodrigues, bem diferente do rótulo que lhe colaram nos dias quentes do PREC.

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O Gabinete de Imprensa de Guimarães (GI), em colaboração com a Biblioteca Municipal Raúl Brandão (BMRB) e as Publicações Dom Quixote, promovem esta sexta-feira, dia 08 de outubro pelas 21h30, a apresentação do livro do jornalista Miguel Carvalho, “Amália, Ditadura e Revolução – A História Secreta”.

Foto: Rui Dias/Mais Guimarães

O autor, reconhecido pelo trabalho desenvolvido como repórter da  revista Visão estará presente na sessão, e a apresentação estará a cargo do sociólogo vimaranense e ex-presidente do GI, Esser Jorge Silva.

“Amália, Ditadura e Revolução” é uma investigação jornalística que atravessa dois regimes, vários continentes e reúne perto de uma centena de entrevistas e depoimentos exclusivos, gravações inéditas da fadista e de personalidades que com ela conviveram, milhares de páginas de documentos nunca revelados, além de cartas e fotografias desconhecidas da cantora.

Esser Jorge, que apresentará o livro em Guimarães, acredita que esta é a obra “mais completa” sobre Amália Rodrigues alguma vez publicada. “Conseguimos perceber, neste livro, como é que a própria realidade portuguesa se alterou entre o tempo do Estado Novo e o tempo da Democracia”.

Foto: DR

Miguel Carvalho expõe, em “Amália, Ditadura e Revolução”, que “afinal, a Amália era uma das pessoas que contribuía ativamente para as famílias dos presos políticos”. Esser Jorge fala de uma espécie de “fabricação da realidade” ocorrida na altura. No caso da Amália, o livro relata algo “desconhecido de toda a gente”, diz. “Tinha ficha na PIDE e a PIDE mantinha-se muito próxima e atenta em relação àquilo que era Amália Rodrigues”. Esta revelação, que é exposta no livro de Miguel Carvalho, “faz de Amália uma figura bem maior do que aquilo que tínhamos considerado”, diz.

A investigação do jornalista de “Quando Portugal Ardeu”, “A Última Criada de Salazar” ou “Álvaro Cunhal – íntimo e pessoal”, revela-nos a imagem de uma artista bem diferente do rótulo que lhe colaram nos dias quentes do PREC.

Miguel Carvalho, sócio do Gabinete de Imprensa, nasceu em 1970, no Porto e é repórter da revista Visão desde dezembro de 1999. “Uma referência na área da reportagem jornalística”, destaca Esser Jorge. “O Miguel é jornalista e transpõe a linguagem jornalística para a literatura. Isso é algo que muitas raras vezes foi feito em Portugal”.

Foto: Rui Dias/Mais Guimarães

Biblioteca Municipal Raúl Brandão “aberta à promoção da leitura e da escrita”.

Para Juliana Fernandes, atual diretora da Biblioteca Municipal vimaranense, a apresentação desta obra de Miguel Carvalho é aguardada com “alguma expectativa” porque surge num momento em que a biblioteca está a “ajustar-se novamente ao regime presencial”, mas com uma realidade diferente, “já que houve conquistas com a pandemia, que devem ser preservadas”. Na pandemia, adianta “chegamos a novos públicos, a leitores que até desconheciam as nossas atividades”.

Quanto à parceria com o Gabinete de Imprensa de Guimarães para o lançamento deste livro, Juliana Fernandes lembra que a instituição esteve “sempre aberta à comunidade, sempre que estejam em causa atividades de promoção da leitura e da escrita, e da cultura”.

Ainda neste mês de outubro, a BMRB receberá de novo o escritor Daniel Sampaio, que apresentará o novo livro, “Relato de Um Sobrevivente”, no dia 29, e a 22 de outubro, o médico Henrique da Silva Araújo, que apresentará a sua biografia “O Outono da Vida”.

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