A melhor forma de celebrar abril é dar uma “luta sem tréguas” aos inimigos da democracia
“A melhor forma de celebrar abril é defender a democracia”, disse José João Torrinha, presidente da Assembleia Municipal de Guimarães no início do seu discurso, na sessão solene comemorativa dos 48 anos do 25 de abril de 1974.

João Torrinha Barra
“A melhor forma de celebrar abril é defender a democracia”, disse José João Torrinha, presidente da Assembleia Municipal de Guimarães no início do seu discurso, na sessão solene comemorativa dos 48 anos do 25 de abril de 1974. A sessão decorreu esta segunda-feira no auditório do renovado Teatro Jordão, e nela intervieram representantes de todos os partidos com assento neste órgão autárquico.

Perante a plateia, que preencheu cerca de metade dos 400 lugares da sala, de cravo no peito, o atual presidente disse que “a consciência de que a democracia é um sistema intrinsecamente frágil, deve levar-nos a uma redobrada vigilância contra os seus inimigos. Inimigos novos e inimigos de sempre”, e que “a melhor forma de celebrar abril” é dar “uma luta sem tréguas, uma luta permanente, uma luta sem concessões na defesa daquilo que tanto custou a conquistar”.
José João Torrinha mostrou-se preocupado com os “novos perigos que enfrentam as democracias”, destacando a “preocupante tendência para o extremar da polarização política”, numa “preocupante subida de decibéis no discurso político. Um subir de tom em que já não se fala, grita-se. Em que já não se argumenta, insulta-se. Em que não se discute, agride-se”.
Citando, Desmond Tutu, com a expressão, “se te manténs neutro perante a injustiça, escolheste o lado do opressor”, João Torrinha, alertou para a necessidade de “defender a democracia” compreendendo quem tenha opinião diferente mas “não dando tréguas aos seus inimigos”. Uma defesa “sem contemplações ou cedências de qualquer espécie” que deve ser feita “aqui, em Portugal, mas, na medida das nossas possibilidades, um pouco por todo o mundo, pela forma como nos posicionamos perante fenómenos que só aparentemente nos são alheios”, referiu.