A iniciativa, promovida pela associação A Muralha, terá lugar nos Antigos Paços do Concelho, no Largo da Oliveira, a partir das 18h00, e assume a forma de conferência pública seguida de visita guiada, com a duração prevista de uma hora e meia.

O painel contará com a participação de Eduardo Fernandes e Ana Beatriz Oliveira, especialistas em Urbanismo, e de António Amaro das Neves, historiador. Após a conversa, o público será convidado a observar, a partir do adarve da muralha, algumas das ruas e avenidas abertas na sequência do plano, que há um século começou a moldar a cidade.

No início do século XX, Guimarães enfrentava sérias limitações de crescimento dentro das muralhas. O então presidente da Câmara, Mariano Felgueiras, encomendou ao Capitão Luís de Pina um plano capaz de abrir a cidade ao exterior, preservando o centro histórico e projetando uma expansão moderna e ordenada.

O documento, apresentado em 1925, ficou conhecido pela solução urbanística da “pata de ganso”, a partir da atual Praça da Mumadona. Três avenidas, Alberto Sampaio, Combatentes da Grande Guerra e Cónego Gaspar Estaço, funcionavam como eixos irradiadores para o crescimento urbano, desenhando quarteirões regulares e abrindo a cidade a novas perspetivas visuais e funcionais.

Embora a execução tenha sofrido adaptações ao longo das décadas, o plano lançou as bases para o crescimento estruturado de Guimarães e permitiu conciliar a preservação patrimonial dentro de muralhas com a criação de novos espaços urbanos.

A conferência e visita guiada surgem como complemento à exposição “Ruas e Praças da Cidade”, que a associação a Muralha promoveu, e pretendem prolongar a reflexão em torno da história urbana de Guimarães e do impacto de um plano que marcou decisivamente o século XX vimaranense.