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A Serpente e o povo no centro da coisa cultural

Por Eliseu Sampaio.

Eliseu sampaio

Por Eliseu Sampaio,
Diretor do grupo Mais GuimarãesA Serpente, um texto de Racine Santos, voltou a ser encenado por Moncho Rodriguez em Guimarães, 28 anos depois.

Já muito escrevemos sobre esta peça que, há quase três décadas, surpreendeu os vimaranenses pela sua capacidade de envolver a comunidade. Desse momento em que participaram, ainda muito jovens, alguns dos nossos conterrâneos que agora tratamos como nossos “melhores”, e que se destacam na representação a nível local e nacional.

Nas conversas com Moncho Rodriguez, na preparação desta fabulosa reencenação que voltou a encantar os vimaranenses no início do mês, com três sessões lotadas, destaco as explicações acerca do momento que marcou a separação entre os caminhos de Guimarães, como cidade cultural que Moncho ajudou a construir, e até teve um papel crucial, e o encenador.

Guimarães apostou sobretudo na construção de equipamentos de qualidade onde a coisa cultural pudesse acontecer. Moncho Rodriguez, em sentido contrário, continuou a focar-se na inquietação, no despertar de sentimentos, colocando as pessoas ao centro, e nelas toda a sua atenção.

Os caminhos voltaram a cruzar-se, e novamente pelas mãos de Francisco Teixeira, agora na ASMAV – Associação Artística Vimaranense. Na altura era um jovem vereador da Cultura na Câmara Municipal.

Apesar de Guimarães já ter, agora, os equipamentos de que necessita, não sei se estará, no entanto, disposta a mudar de rumo, regressando à essência das coisas, ao mundo que Moncho desperta como poucos.

Digo isto por estranhar, como Eva Machado conta aqui ao lado neste Jornal, que a reencenação da “Grande Serpente” não tenha merecido a atenção merecida pela Câmara Municipal, comprovada pela não atribuição de qualquer apoio, para além da cedência do espaço, à associação que meritoriamente a promoveu.

Uma atividade que, aparentemente, cumpria todos os requisitos para ser enquadrada no programa Impacta, que tem apoiado artistas e associações locais na dinamização de projetos culturais.

Terá sido uma questão de política cultural, ou exclusivamente partidária?

Fica a questão e uma certeza. Qualquer das respostas não justificará a opção de quem decide estas coisas em Guimarães.

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