A videovigilância que tarda em chegar
Na noite de 30 de julho, o padrão de D. João I, também conhecido por Padrão de Aljubarrota e Padrão de São Lázaro, apareceu destruído, tombado e partido em pedaços. Desconhecem-se, até ao momento, as circunstâncias que envolveram o incidente.
O Padrão, do século XVI, está classificado como monumento nacional desde 1910, e celebra a entrada em Guimarães de D. João I, afim de cumprir o voto feito pela vitória na Batalha de Aljubarrota.
Na noite de terça-feira estive junto aos destroços. Na altura, dizia-se que ninguém viu, ouviu, ou teria qualquer pista que indicasse a forma como o Padrão assim surgiu, destruído. Teria caído apenas? Teria alguém, por brincadeira ou estupidez, se pendurado na cruz?
Também a mensagem de “atentado religioso ou cultural” passou e ganhou escala nas redes sociais. Na verdade, ninguém sabia na altura e tudo o que se dissesse não passaria de suposição. Não sei se alguém hoje sabe ainda o que ali aconteceu.
A verdade é que um monumento relevante, um bem comum importante, está destruído. A verdade é que temos a responsabilidade de proteger a nossa herança cultural e patrimonial.
Nisso, diga-se, Guimarães é exemplo, e tem de continuar a ser exemplo.
Por isso, considero que a instalação de videovigilância junto aos nossos monumentos é tão urgente quanto absolutamente necessária.
Saliente-se também que o debate público sobre o assunto já tem barbas em Guimarães, quase trinta anos, remonta pelo menos a 1997, quando António Magalhães, na altura presidente da Câmara Municipal, lançou a ideia da instalação de videovigilância na Praça da Oliveira e na Praça de S. Tiago para prevenir atentados ao património.
Este é um dos casos em que o bem comum tem que se colocar acima de qualquer outro bem, e a necessidade de videovigilância tem de ser assumida, sem rodeios, e para ontem.
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