Adelina Pinto: Verbas alocadas à educação são “investimento” e não “uma despesa”

Ultimam-se os preparativos para o arranque de mais um ano letivo.

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Ultimam-se os preparativos para o arranque de mais um ano letivo. Em entrevista ao Mais Guimarães, Adelina Pinto, vice-presidente da Câmara Municipal e vereadora da educação, afirma que os preparativos decorrem com normalidade e enaltece alguns projetos municipais.

© Mais Guimarães

Como é que está a decorrer a preparação para o arranque de mais um ano letivo?

Está tudo a decorrer dentro do que é normal nesta altura. Por força da descentralização temos outras competências, que estão a ser agora trabalhadas, nomeadamente a questão do transporte dos meninos com necessidades educativas especiais, com problemas de mobilidade. Antes era feito pelas escolas e agora é feito pelo município. A par disso, também passou a ser feita por nós a contratação dos serviços de refeitório para as escolas e temos já a empresa selecionada para trabalhar. Quer A Oficina, quer a Tempo Livre, estão a ultimar a colocação dos professores das AEC’S, nas artes performativas e nas atividades físicas e desportivas.

Estamos ainda a desenvolver uma plataforma para conseguir ter os serviços de refeitório mais centralizados e ter mais acesso a dados. Já são muitos anos e, portanto, isto já são as rotinas normais do arranque do ano, que será um regresso à normalidade depois da pandemia.

Vamos regressar a alguns projetos como o “Reconhecer Guimarães”, com as visitas ao património, que estiveram paradas estes últimos dois anos, mas também o “Pegadas” porque é, para nós, um projeto muito importante na área da sustentabilidade ambiental e que esteve mais apagado.

Estamos também a pensar desenvolver um trabalho na área da energia, de forma a que consigamos diminuir os nossos consumos, mas também ajudar a que as crianças levem para casa novos hábitos que ajudem a diminuir os consumos nas respetivas casas. É uma preocupação constante tentar adequar a escola àquilo que é o momento presente e às necessidades do momento. Também queremos continuar a ajudar os meninos ucranianos e temos já uma psicóloga, que já está contratada, e que vai trabalhar com as crianças que estão nas escolas, de forma a melhorar aquilo que as escolas podem fazer por elas.

Continuamos ainda com o projeto do CoAction, com o ProChild, uma vez que consideramos que há ainda crianças que podem precisar deste apoio na saúde mental, quer por força da Covid-19, quer por força daquilo que ela trouxe, quer por força da guerra.

Encontramo-nos ainda a trabalhar num outro projeto, que já tinha começado, em 2019, que é o reforço da ligação entre as escolas do 1º ciclo e os clubes desportivos e, com isso, aumentar a estimulação desportiva das crianças, reforçando a formação para estes clubes.

De que forma é que essa ligação tem sido feita?

O projeto já tinha sido concretizado em 2018 e em 2019, em que nós definíamos algumas áreas que eram transversais. Como por exemplo, a Guimagym acabava por ir a todas as escolas porque a ginástica era considerada base para todas as crianças. Na altura, quando saíram os resultados das provas de aferição percebeu-se que os alunos não sabiam dar uma cambalhota ou mesmo saltar à corda. Ou seja, uma série de competências que não estavam desenvolvidas.

Depois fomos fazendo protocolos localmente, como por exemplo com o Kart das Taipas, o judo, em São João de Ponte, ou mesmo o andebol, na Escola Francisco de Holanda. No fundo, trata-se de levar as modalidades desportivas às escolas para estimular os alunos para que eles encontrem o seu desporto, promovendo a proximidade geográfica.

Durante o período de férias o município também promoveu um conjunto de atividades junto dos alunos…

Temos sempre esse tipo de atividades, principalmente na parte artística, que consideramos muito importante. Queremos reforçar a leitura e também vão avançar as atividades de leitura e escrita criativa, que continuaremos a trabalhar com a biblioteca municipal. Continuaremos ainda com o judo porque, além de ser uma área que os miúdos gostam, tem ajudado a melhorar muitos comportamentos e tem resultado muito bem nas escolas.

Um dos desafios é estimular a questão da experimentação e nós temos feito isso com o Ciência Viva e com as atividades de ciência que vamos levando às escolas. No fundo, é encontrar um número de atividades que estimulem as crianças para novas aprendizagens, hoje mais contemporâneas, e que encontrem alguns talentos que possam estar escondidos.

Aquilo que queremos, enquanto município, é criar uma disponibilidade de projetos que respondam às necessidades da escola e às necessidades do mundo.

De alguma forma, queremos que as escolas tenham este cardápio de ofertas para trabalhar aquilo que é emergente, como as literacias digitais, a literacia financeira, a questão da sustentabilidade ambiental, da energia. Queremos sempre propor coisas novas às escolas, que não são substitutas das competências das escolas na área curricular, mas também porque os professores podem fazer a ligação ao currículo e tornar as aulas muito mais interessantes. Hoje, há um sem número de equipamentos que podem ser facilitadores de uma escola mais contemporânea.

O município tem também ajudado as famílias através da cedência dos livros de fichas…

Sim, isso tem sido garantido pelo município para todos os alunos, mas entregamos verbas também para material escolar às crianças com escalão A e B, bem como verbas para materiais que as escolas precisem.

As visitas de estudo ficam garantidas aos alunos do escalão A e B. No Reconhecer Guimarães disponibilizamos autocarros para fazer todas as visitas. No âmbito das artes performativas, como as visitas ao Vila Flor, estas são absolutamente gratuitas para todos os alunos, quer seja a entrada para o espetáculo, como o transporte.

Fizemos também, nas interrupções, as pausas letivas para os meninos das unidades de deficiência. Esta era uma resposta que não tínhamos e que hoje conseguimos dar. São 11 meses de apoio a todas as crianças, quase todo o ano, com a exceção do mês de agosto.

Além disto, disponibilizamos ainda o lanche, no caso do 1º ciclo e pré-escolar, para todas as crianças que frequentam as nossas atividades, bem como os suplementos alimentares para os que ficam de manhã muito cedo ou até às 18h30.

Creio que estamos a dar um apoio às famílias muito reforçado. Para nós não é uma despesa, é um investimento. Nunca nos cansamos de o reforçar.

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