AINDA HÁ MUITA GENTE A PASSEAR PELOS SHOPPINGS — “PRINCIPALMENTE IDOSOS”
Governo limita ocupação simultânea de pessoas por cada 100 metros quadrados e apresenta outras medidas. Para já, os centros comerciais mantêm-se abertos e ainda há quem se passeie pelos seus corredores.
Governo limita ocupação simultânea de pessoas por cada 100 metros quadrados e apresenta outras medidas. Para já, os centros comerciais mantêm-se abertos e ainda há quem se passeie pelos seus corredores.
Os centros comerciais portugueses têm, desde domingo, novas medidas a seguir para tentar travar a propagação do novo coronavírus em Portugal. Agora, e por tempo indeterminado, lojas, mercearias, centros comerciais e supermercados têm limitações de ocupação obrigatórias. Por cada 100 metros quadrados, centros comerciais e lojas não podem ter uma ocupação simultânea superior a quatro pessoas por cada 100 metros quadrados (excluem-se, aqui, trabalhadores). Nesse sentido, por cada 25 metros quadrados só pode estar um cliente. Já no que toca aos espaços de restauração e de bebidas, a ocupação dos mesmos deve ser limitada em um terço da sua capacidade.
Ao longo do último fim de semana, assistiu-se, em vários centros comerciais do pais, a protestos dos seus colaboradores. O mesmo aconteceu em Guimarães. A administração do Guimarãeshopping, em comunicado disponível para consulta no seu site, informou que as lojas “podem, de forma excecional, proceder ao seu encerramento”. O normal horário de funcionamento mantém-se de forma a manter, “dentro do possível, a atividade económica do país” e para continuar “a servir os portugueses, respeitando todas as medidas de segurança”. A administração frisa ainda que espera ver os seus clientes no Guimarãeshopping “apenas em casos de extrema necessidade”. Uma trabalhadora daquele estabelecimento comercial que preferiu não ser identificada conta que a gerência da sua loja prometera medidas que não foram concretizadas: “O patrão mandou uma foto para o grupo do Whatsapp que temos a dizer que, por causa da situação, iria colocar um kit de limpeza, que nunca apareceu.” A vimaranense não trabalha desde a semana passada (devido à flexibilidade de horários que o trabalho lhe permite) muito pela falta de segurança sentida no local. “Eu tinha desinfetante comigo e era importante manter o espaço limpo e desinfetado, mas não havia qualquer tipo de forma de nos protegermos. E o shopping é um local de risco, tem a ligação ao hospital”, aponta. Apesar de a gerência ter sido relembrada acerca dos kits de limpeza e higiene, a trabalhadora afirma terem sido enviadas mensagens “aos responsáveis de cada loja para ir comprar os produtos”. “Como estava tudo esgotado, houve quem tivesse comprado lixívia”, acrescenta.
Para fechar lojas antes do comunicado oficial da administração do Guimarãeshopping, garante a mesma fonte, houve quem tivesse de pagar multas. O mesmo poderá acontecer no Espaço Guimarães. “Eles não querem fechar o shopping até ordem em contrário. A maior parte das lojas fecha por conta e risco e não se sabe se vamos ter multas ou não”, conta uma outra trabalhadora que também pediu para não ser identificada. Ainda assim, refere que “a toda a hora” há gente a limpar todo o estabelecimento comercial. Apesar de notar uma “afluência muito menor”, ressalva que “ainda há gente a passear pelo shopping como se nada fosse, principalmente idosos”. “Por muito estranho que pareça, é o que está a acontecer.”
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