André Anastácio: “Dou prioridade ao Brito”

Treinador elogiou jogadores, presidente e diretor-desportivo.

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Treinador feliz com a experiência em Guimarães.

© Mais Guimarães

Qual foi o segredo da manutenção?
O segredo foi a união do grupo e percebermos que todos éramos importantes. O futebol é um processo, como a vida, e que as coisas demoram tempo. Foi um início muito difícil, muito duro, com muitas dúvidas tanto da equipa técnica, como da qualidade dos jogadores e se o clube estava preparado ou não para o Campeonato de Portugal. Fomos crescendo, nos jogos em casa fizemos a nossa fortaleza e o que fizemos foi muito bom. Queremos dignificar o clube até ao fim. Havia atletas que precisam de oportunidades e fomos dando na reta final. Um grupo vale pelo todo e esta manutenção é de todos.


Foi um passo arriscado ter aceitado o convite do Brito?
Não, de maneira nenhuma. Foi um passo certo. A minha última experiência no Campeonato de Portugal coincidiu com uma subida pelo Vilafranquense, como adjunto do Filipe Moreira. Depois andei pelo estrangeiro e, quando voltei após pandemia, resolvi começar por baixo, no clube da minha terra, de maneira que o meu pai, que hoje já não está presente, pudesse sentir aquilo que era eu ser treinador principal. Foi o passo certo. Deus quis que fosse no Brito e estou muito feliz com o que temos feito. Queríamos lutar pela melhor classificação, mas o objetivo da manutenção, que era a meta traçada no início da época, foi conseguido.


A massa associativa foi importante nesta caminhada?
Foram fundamentais. É uma massa associativa fervorosa e, como costumo dizer, tudo se passa naquela sede e naquele bar, seja nas vitórias ou nas derrotas. As pessoas são exigentes. O Brito vinha de uma temporada fantástica, com o Rui Castro, mas felizmente também conseguimos fazer uma época positiva e estar 12 jogos a sofrer apenas um golo. Mérito dos jogadores e da direção.

Tem sido uma época desgastante?
Para mim sim, porque estou cá diariamente. Gosto de estar envolvido e estou no clube várias horas por dia. Nem sempre tive a minha família por perto, mas fui fazendo amizades por Brito e Guimarães. Estou cansado, mas feliz. Estou preparado para o que vem.

Como tem sido a experiência no Norte?
Muito acolhedora. As pessoas são muito diferentes. É uma experiência que está a fazer-me crescer como pessoa e como profissional. Ajudaram muito neste crescimento e numa época extremamente difícil. Num campeonato com 14 equipas, seis descem de divisão. É uma situação que a Federação Portuguesa de Futebol tem de rever com urgência. Mas foram os moldes que fez o Brito crescer e ser mais profissional, embora ainda falte muita coisa no Brito e outros clubes.

Mas acha que o Brito ainda tem margem para crescer?
Claro que sim. O Brito precisa de melhorar as infraestruturas. São muitas equipas e a relva já não está nas melhores condições. Um relvado sintético novo ou mesmo um de relva natural, permitiria ao Brito crescer ainda mais. E esta manutenção penso que irá unir ainda mais as pessoas. São duas épocas fantásticas do Brito e com mérito da direção e das pessoas envolvidas.

Vai continuar?
Houve conversas e vamos falando. Mas ainda é cedo. Quero que as pessoas se sintam bem comigo, mas o campeonato acaba muito cedo e vamos com calma. Há muita coisa que gostava que fosse diferente e quando digo diferente não é melhor ou pior. Há coisas que temos de conversar. Estou disponível e dou prioridade ao Brito.

Já teve abordagens de outros clubes?
Não, de ninguém. Mas no futebol tudo muda. Estou feliz e satisfeito pelo que fizemos. A minha vida tem sido o dia a dia, muito mais quando perdi o meu pai em setembro.

Depois de ter perdido o seu pai, quem é a sua fortaleza?
Os meus filhos, a minha esposa, a minha mãe e amigos. É sempre duro, mas tem sido por ele que tenho encontrado sempre forças.

Se não for no Brito, pondera continuar no Norte?
A vida de treinador é uma incógnita, tal como o jogo de futebol. Gosto muito de estar no Norte, Guimarães é uma cidade que admiro e que gosto muito. Até do próprio Vitória comecei a gostar mais. Identifico-me muito com as pessoas de cá.

Como tem sido trabalhar com o diretor desportivo Carlos Ferreira, um britense de gema?
É uma pessoa fantástica, que trabalha muito nas costas. Parece um relógio suíço. Não deixa faltar nada. Se a vida lhe permitisse, é um elemento que poderia estar a trabalhar nos campeonatos profissionais. O Brito deve muito ao Carlinhos. Dar também uma palavra ao presidente. Ele é o engenheiro e nós somos os operários. O Brito precisa dele.

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